Banhos e brincadeiras na água requerem cuidados com audição e garganta
Nessa época, as otites são os principais problemas
Com a chegada do verão e das férias, banhos em praias, igarapés, piscinas ou mesmo brincadeiras na água se tornam mais comuns e aumentam as chances para que a água entre no ouvido e provoque inflamação. O tempo na região pode levar também a dores na garganta. Os riscos envolvem principalmente as crianças, mas valem também para os adultos. O otorrinolaringologista Henderson Cavalcante destaca que as otites são os principais problemas nessa época.
"No nosso verão é comum o paraense correr para os balneários, então é muito comum as infecções no ouvido, as otites, que são inflamações que atingem desde a entrada do canal auditivo externo, tanto na parte mais de dentro, lá no tímpano. A região fica vulnerável à infecção por bactérias. Pois durante o mergulho entra água no ouvido e predispõe a uma infecção. E, na volta das férias, os consultórios ficam lotados por pessoas que precisam cuidar desses problemas", afirma o médico.
Entre os sintomas de otites estão a dificuldade de ouvir, o inchaço do conduto externo do ouvido que passa a ter uma aparência avermelhada, a liberação de secreções amareladas e a dor de ouvido em geral. "Há ocasiões em que ocorre febre, irritabilidade e falta de apetite, principalmente nas crianças. Se não cuidar logo indo ao médico, a infecção acaba evoluindo com a perfuração do tímpano, acarretando perda de audição e pode gerar uma série de consequências ruins. O tratamento é feito com o uso de medicamento em gotas, aplicadas no local e, às vezes, com medicação via oral, também com limpeza. Mas cada caso é um caso", explica Cavalcante.
O médico admite que não é fácil evitar colocar água no ouvido durante o banho em praias, piscinas, balneários e outros, mas ele orienta que as pessoas evitem ficar muito tempo submersos na água, para evitar o contato com a água no ouvido, em especial crianças gripadas e resfriadas, pois aumentam as chances. Além de evitar manipular o ouvido.
"É importante limitar o tempo dentro da água. Após o banho, é comum as pessoas passarem cotonetes ou grampos com ou sem algodão para limpar o ouvido, mas isso não é recomendável, porque acaba machucando o ouvido e o predispondo a uma infecção", esclarece o Henderson Cavalcante, especializado em Medicina do Sono.
Ao colocar água no ouvido, o melhor procedimento é procurar por um especialista
Se colocar água no ouvido, o melhor procedimento é procurar por um especialista
Mas, caso a água acabe de entrar, é possível sacudir a cabeça para que ela saia ou pingue duas gotinhas de álcool no ouvido, embora esta não seja a recomendação de todos os médicos, uma vez que o uso recorrente deste produto pode causar irritação no conduto auditivo.
"Às vezes, o ouvido está tapado por alguma cera que acumulou em abundância e a água entra e não consegue sair. A tendência é a água sair naturalmente. A recomendação é procurar um médico otorrinolaringologista para fazer a limpeza e retirar. Alguns médicos recomendam pingar álcool, mas, ao meu ver, não é um procedimento adequado, porque se já estiver inflamado, pode piorar a inflamação", alerta.
Outra possibilidade para evitar com que a água entre no ouvido é o uso de protetor auricular ao mergulhar. Uma boa opção pode ser os protetores de silicone encontrados em farmácias. Também há próteses feitas em laboratórios moldadas especificamente para cada paciente.
Esse tempo na região, pode também facilitar infecções na garganta e as principais queixas são das crianças que sentem dores na garganta, dificuldade para engolir e febres brandas. Nesses casos, ele também recomenda a procura por atendimento médico.
Para evitar maior adoecimento inclusive em relação a problemas ocasionados à audição no verão, Henderson Cavalcante, que é coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia no Hospital Bettina Ferro de Souza da Universidade Federal do Pará, destaca ainda que "é importante ainda manter a imunidade do organismo com alimentação saudável, hidratação do corpo e da pele, como o consumo de bastante líquido e o uso de protetor solar", finaliza o médico.
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