Ananindeua 80 anos: cidade nasceu insular onde árvore era abundante

A cidade tem nome inspirado na árvore anani (Symphonia globulifera), cuja designação popular é de origem tupi

Fabyo Cruz
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A árvore anani (Symphonia globulifera), cuja designação popular é de origem tupi, inspira o nome da cidade de Ananindeua. No passado a planta, que produz a resina de cerol utilizada para lacrar fendas de embarcações, existia em abundância sobretudo na região das ilhas. E foi na área insular, onde moram até hoje as comunidades ribeirinhas, que nasceu a segunda urbe mais populosa do Pará.

image Flor do Ananin (Adrielson Furtado)

Com o crescimento populacional influenciado pela estrada de ferro Belém-Bragança, o município passou por um processo de urbanização ao longo da via do trem.

Na década de 80, indústrias e conjuntos habitacionais foram ocupando, cada vez mais, o seu território, por ser o mais próximo da capital paraense. Nos últimos anos, Ananindeua tem perdido o rótulo de “cidade dormitório” e está despontado no cenário metropolitano com forte potencial socioeconômico.

 

Fatos que marcaram a história de Ananindeua

 

  • 1790

Primeiro registro de ocupação de Ananindeua, por meio de um engenho de cana de açúcar de propriedade do conde Antônio Koma de Melo, às margens do rio Guamá, atual Colônia Agrícola do Abacatal.

  • Década de 1850

Ribeirinhos se estabeleceram nas margens do rio Maguari-Açu, fugindo do confronto da Cabanagem, próximo ao Distrito Industrial de Ananindeua. Na mesma década, chegam os primeiros proprietários de terra, que começaram a ocupar diversos pontos do município, como Maguary, área do Distrito Industrial, Mocajutuba, Tropiqueira e São Sebastião (Quinta da Carmita).

  • 1883

Antes da inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro de Bragança (EFB), se iniciou a instalação de uma espécie de oficina de trens e depois houve a necessidade de se construir uma vila de casas para os operários da manutenção, localizada na área próxima à sede da prefeitura. A Vila Operária deu origem ao povoado de Ananindeua. No mesmo ano são registradas as terras do Curuçambá.

  • 1884

Foi aberto ao trânsito público o primeiro trecho de 29 quilômetros da EFB, de Belém à Colônia de Benevides. A partir da inauguração foi construído uma parada no quilômetro 14, em frente à atual prefeitura, e sua função era fornecer lenha para as locomotivas e para as outras estações que foram inauguradas ao longo da Estrada de Ferro de Bragança. A facilidade de acesso proporcionou ao longo dos anos a ampliação do povoado.

  • Década de 1890

Surge o povoamento da ilha de Sassunema (1894), da ilha do Roldão (atual ilha de Santa Rosa) (1895) e da ilha do Mutum (1896).

  • 1900

José Marcelino de Oliveira chegou ao Maguari por volta de 1895, vindo do município de Acará. Em 1900, ele fundou a primeira escola do município: a Quinta Carmita.

  • 1916

Os sócios Saunders e Davids adquirem as propriedades do curtume Maguary, dando origem ao primeiro núcleo urbano organizado de Ananindeua, conhecido originalmente como Vila Operária e, depois, como Vila Padrão, e, mais tarde, como Vila Maguary.

  • 1920

É construído o primeiro núcleo religioso urbano do município: a Capela de Nossa Senhora das Graças.

  • 1921

A escola Maguary é fechada e dá lugar a uma granja de mesmo nome, que na época recebeu o título de “100% pura” por um químico francês. Em 1934, Saunders e Davids dissolveram a sociedade.

  • 1935

Começa a construção da atual igreja Matriz Nossa Senhora das Graças.

  • 1938

Ananindeua deixa de ser freguesia e se torna distrito do município de Santa Izabel. Tempos depois, a região passa a ser distrito de Belém.

  • 1944

A cidade se torna município, por meio do Decreto-Lei 4.505. A instalação ocorreu em 3 de janeiro de 1944.

  • De 1947 a 1956

O município contava com os seguintes distritos: Ananindeua, Benevides, Benfica e Engenho do Araci (pertencente ao atual município de Santa Bárbara)

  • 1960

Inaugurada a rodovia BR-010 (Belém-Brasília), iniciando o período dos fluxos migratórios
a partir de diversas regiões do estado e do País.

  • 1961

Passa a possuir somente o distrito sede, os demais passam a constituir municípios conforme a Lei 2.460 de 24 de dezembro.

  • 1968

A inauguração do conjunto habitacional Nova Marambaia I, com 834 unidades construídas pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab), estimulou a ocupação de áreas além dos limites da capital, chegando a Ananindeua.

  • Década de 1970

Com a expansão da malha urbana, surgem novas áreas que hoje são conhecidas como Una, Jaderlândia e Guanabara. Em 1970, começa a instalação do Parque Industrial de Ananindeua.

  • 1974

Bandeira e brasão são criados e aprovados pela Câmara Municipal.

  • De 1976 a 1986

Começa a instalação dos conjuntos habitacionais Cidade Nova I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX pela Cohab. O primeiro foi inaugurado em dezembro de 1977 com 600 casas, o último foi inaugurado em julho de 1986 com 120 unidades.

  • 1990

O conjunto Pará, Amapá, Amazonas e Roraima (Paar) foi ocupado por cerca de 6 mil famílias antes de sua conclusão e inauguração.

  • 1994

Criado o hino oficial do município, com letra de Cleucydia Lima Costa. Ananindeua perdeu o território de Marituba, que passou a constituir cidade por meio da Lei Estadual 5.897.

  • 1997

Levantamento aerofotogramétrico da Cohab revela que Ananindeua apresenta um processo de conurbação da área expandida do espaço originário de Belém com a sede de Ananindeua.

  • 1999

Entregue o título de terra à Colônia Agrícola do Abacatal, que teve reduzidos de 2.100 para 308 habitantes.

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