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Alter do Chão vai ganhar um complexo cultural em homenagem ao Sairé

O projeto inclui um espaço intitulado “Museu dos Povos Tapajônicos” que funcionará como área para exposições artísticas, Cultural, permanentes e temporárias da Amazônia

Ândria Almeida
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A vila balneária de Alter do Chão, localizada a 37 km da zona urbana do município de Santarém, vai ganhar uma estrutura que funcionará como Complexo Cultural. A obra faz homenagem ao maior festival de manifestação cultural do Pará - o Sairé.

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O Complexo Cultural deve ocupar uma área de aproximadamente 28 mil metros, equivalente a três campos e meio de futebol, que abrigará o Lago dos Botos e o Museu dos Povos Tapajônicos. A construção será no local já usado para sediar a festa do Sairé, que é realizada anualmente, no mês de setembro em Alter do Chão e atrai turistas do mundo todo.

O estudo preliminar para a construção do Lago dos Botos inclui arquibancada, arena, palco, camarotes, banheiros, vestiários, bilheteria, praça de alimentação, bar/café, sala de imprensa, sala multiuso, administração, tesouraria, secretaria, instalações médicas, serviços gerais, depósito e estacionamentos.

O projeto inclui um espaço intitulado “Museu dos Povos Tapajônicos” que funcionará como área para exposições artísticas, cultural, permanentes e temporárias da Amazônia, além de ter uma divisória de lugares para reserva técnica, salas técnicas, biblioteca, sala do DPHAC, auditório com capacidade para 200 pessoas, setor administrativo e vestiários.

Audiência pública

 Foi realizada no dia 21 de outubro a primeira audiência pública para consultar sociedade civil organizada sobre a importância da construção do empreendimento. Na ocasião, estiveram presentes os membros da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), da Secretaria Municipal de Cultura de Santarém e representantes de associações locais, além da presidência do festival. Na sequência, houve uma visita técnica ao local que vai abrigar o Espaço Cultural.

O objetivo da audiência foi a apresentação do estudo preliminar do projeto que será desenvolvido em parceria com a comunidade local. Haverá escutas, conforme explicou o arquiteto da Secult, Rodolfo Castro.

“Estamos muito abertos a ouvir quem de fato vive e vai utilizar deste complexo. Foi muito importante e gratificante ter essa troca com os reais usuários do projeto. O foco é dar mais infraestrutura para o Sairé e proporcionar um espaço de cultura, turismo e lazer, respeitando a vivência e os fazeres do povo de Alter, fortalecendo cada vez mais a cultura local e a economia por meio do turismo, não só por esse evento específico mas pelos demais que serão fomentados no decorrer do ano", concluiu.

Durante a visita técnica no local, a cacica Neca Borari, líder das Borari, cacicado formado somente por mulheres em Alter do Chão, falou da importância do empreendimento.

"Sou muito grata por terem nos procurado para realizarmos juntos esse sonho. Essas conversas são muito importantes e a expectativa é muito grande. Eu imagino e já vejo tudo pronto. Serão dias melhores para Alter do Chão, principalmente porque vamos poder mostrar bem melhor para aqueles que por aqui passam e para nossas crianças aquilo que nossos antepassados nos deixaram. Vamos ter um espaço para dizer 'isso é nosso'. A comunidade indígena Borari agradece de coração por se lembrarem de nossas tradições com respeito", destacou.

Para o presidente do Sairé, Cleuton Von, o projeto é um sonho realizado."Agradecemos ao Governo do Estado por dialogar com a gente sobre esse complexo cultural, para que realmente possamos ter um festival com mais qualidade, com uma estrutura definida. Todos estão ansiosos para que esse sonho se torne realidade", comemorou.

De acordo com o historiador, Sidney Canto, o Sairé é uma festa de origem catequética católica, realizada na Amazônia há mais de 300 anos em homenagem aos santos, no caso de Alter do Chão, a Nossa Senhora da Saúde. O festival une o profano e o religioso em um festejo de cinco dias que leva a população local e turistas até a vila de Alter..

Dentro da festa do Sairé existe a apresentação dos Botos que é uma disputa entre os botos Tucuxi e Cor de Rosa que fazem um verdadeiro espetáculo ao encenarem a lenda do boto, que conta sobre o animal virar homem em noites de lua cheia.

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