Agricultura familiar na Transamazônica receberá investimento milionário

Executado pela Fundação Solidaridad, o projeto RestaurAmazônia tem como meta preservar o bioma amazônico e investir na agricultura familiar'

Thainá Dias

Desenvolvido pela Fundação Solidaridad, o projeto "RestaurAmazônia" visa aumentar a produtividade e renda de produtores na Amazônia. O projeto irá investir R$ 25 milhões em Novo Repartimento, Anapu e Pacajá. O objetivo é promover boas práticas agropecuárias, via Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), com a implantação de Sistema Agroflorestais (SAFs) em pastagens degradadas como carro-chefe. A meta é atender 1,5 mil famílias produtoras dos três municípios da rodovia Transamazônica e preservar mais de 20 mil hectares de floresta nativa.

Segundo o diretor de País da Fundação Solidaridad, Rodrigo Castro, "esta iniciativa nasce a partir de um modelo de produção integrado desenvolvido pela Fundação Solidaridad com o objetivo de promover o aumento de produção, produtividade e renda das famílias e, ao mesmo tempo, garantir a redução do desmatamento na região”, afirmou. 

Castro explica que a estimativa é que a renda média oriunda das atividades produtivas passe de R$ 63 mil para R$ 82 mil anuais por propriedade, aumento de 30% para as famílias produtoras. No caso do cacau, a produção deve passar de 720 kg para até 1.150 kg por hectare ao final do período. Já em relação à pecuária de cria, a produtividade deve ser incrementada em 20%, passando de 18 bezerros anuais por propriedade para 22. As propriedades têm, em média, 50 hectares, dos quais 48% são ocupados por floresta, 42% pela criação de bezerros e 10% pela agricultura.

O modelo de ATER adotado pela Solidaridad segue quatro pilares: visitas técnicas individuais, criação de unidades demonstrativas, realização de treinamentos coletivos e uso de ferramentas digitais para auxiliar no trabalho da equipe técnica. Todas as atividades são desenvolvidas com práticas de baixo carbono que visam reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) e, consequentemente, o impacto das mudanças climáticas.

Cada técnico de campo realiza visitas periódicas às propriedades dos agricultores pelos quais é responsável, fornece orientações personalizadas e verifica a evolução do trabalho. Para o diretor, "por terem raízes na região e formação técnica, nossos profissionais garantem a qualidade dos projetos e o bom relacionamento com produtores e produtoras rurais”, destacou. A Solidaridad tem o apoio de lideranças locais e poder público municipal, que ajudam no trabalho de sensibilização e engajamento de novos participantes. 

Vale destacar que as práticas propostas reduzem a necessidade de abrir novas áreas, garantindo a proteção da vegetação nativa. Novo Repartimento, Anapu e Pacajá estão entre os 13 municípios que compõem a região Transamazônica, que tem uma das maiores taxas de desmatamento do Pará. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), somente entre 2018 e 2020 a região foi responsável por 55% do desmatamento da floresta amazônica no estado. 

 

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