Acessibilidade em órgãos públicos é essencial na garantia da cidadania de pessoas com deficiência

Igeprev anunciou que quatro tradutores de Libras foram treinados e já estão trabalhando no prédio sede

Caio Oliveira

Nesta semana, a central de atendimento do Instituto de Gestão Previdenciária do Pará (Igeprev) anunciou a adoção do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para facilitar a comunicação com segurados que têm deficiência auditiva. Quatro intérpretes se familiarizaram com a rotina do setor que atua diretamente com o público e já estão trabalhando. Para representantes de movimentos de pessoas com deficiência, a iniciativa é importante pois reforça a inclusão nesses ambientes públicos e faz com que todos tenham acesso à atendimento, direito garantido a todos os cidadãos e contribuintes.

 

“Esse atendimento em Libras noIgeprev pode ser o ponto de partida para mais órgãos e demais secretarias que possam ter profissionais que possam facilitar o acesso de pessoas com deficiência”, projeta Jordeci Santa Brígida, assistente social e diretor técnico da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD). Para ele, esse passo foi essencial para atender pessoas com sérias dificuldades na hora de se comunicar. Contudo, por ter deficiência visual, Jordeci reforça que é necessário estar sempre em busca de mais soluções de acessibilidade, de todos os tipos.

 

“Um serviço que poderiam colocar nos órgãos públicos de atendimento é a senha por voz, porque, muitas das vezes aparece a numeração e quem tem visão normal, consegue ver, mas quem não tem, passa batido, e tem que estar pedindo o auxílio de alguém, além de elevadores com sonorização, para facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência visual”, sugere o assistente social, que também diz que, além de soluções para comunicação, prédios públicos e demais ambientes também poderiam ser mais acessíveis para pessoas com problemas de locomoção. “A acessibilidade engloba tudo: ela vai da barreira física a de comunicação. Na deficiência física, a questão das rampas e banheiros adaptados é importante. Na realidade, a questão aqui é a humanização dos serviços públicos, para que dê condições de atendimento a pessoas com deficiência”, opina.

 

Além do atendimento em Libras, o Igreprev também preparou suas instalações com piso tátil, banheiros adaptados, e as unidades móveis ganharam rampas de acessibilidade. Com essas ações, o órgão almeja promover a inclusão social. Também na capital paraense, a Prefeitura reforça que garante o atendimento em Libras para a rede municipal de ensino de Belém por meio do Centro de Referência em Inclusão Educacional e Inclusiva Gabriel Lima Mendes (Crie), da Secretaria Municipal de Educação (Semec), que atende os estudantes com deficiência da rede municipal de ensino Belém e suas famílias.

 

Para os ativistas, todas essas iniciativas são evidências de que, após muita luta por respeito, os órgãos se preocupam cada vez mais com pessoas que não estão nos padrões físicos, mas ainda há um longo caminho a se percorrer. “A sociedade tem que deixar de olhar a pessoa com deficiência como um peso, como um ônus ao serviço público. Nós somos clientes, usuários do serviço público, trabalhadores, como qualquer outra pessoa dita ‘normal’. É uma barreira que tem de ser quebrada, para assim, eliminar o preconceito e discrinimção”, encerra Jordeci Santa Brígida.

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