Trump lidera pesquisas eleitorais para Presidência nos EUA; entenda o impacto da condenação
A popularidade do ex-presidente Donald Trump segue alta desde que as primeiras acusações criminais surgiram, em abril de 2023
Na última quinta-feira (30.05), um júri de 12 cidadãos considerou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpado por falsificar registros contábeis que comprovavam subornos pagos à ex-atriz pornô, Stormy Daniels. A decisão histórica transformou Donald Trump no primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente, levantando dúvidas sobre o seu futuro político.
O republicano é líder em todas as pesquisas eleitorais para a eleição presidencial marcada para novembro deste ano e, há alguns meses, vem acusando Joe Biden de estar por trás do julgamento: "Todo o nosso país está sendo manipulado agora. Isso foi feito pelo governo Biden para ferir ou prejudicar um oponente, um rival político. Eu acho que isso é uma vergonha, nós vamos continuar lutando. Nós vamos lutar até o fim e vamos vencer, porque o nosso país está passando pelo inferno, nós não temos mais o mesmo país e sim uma bagunça polarizada", completou.
A previsão é que o juiz emita a sentença no dia 11 de julho, quatro dias antes da convenção do partido Republicano que anunciará oficialmente a candidatura de Donald Trump à presidência após vitória sem sustos nas prévias do partido. O magnata tem apostado na narrativa de perseguição política para evitar que ele volte à Casa Branca, o que tem movimentado a sua base eleitoral.
Logo após o anúncio da condenação, a campanha do ex-presidente apelou por doações para a campanha presidencial, alegando que Donald Trump está sendo tratado como um "prisioneiro político". O site ficou fora do ar devido ao grande movimento de pessoas interessadas em doar. No dia seguinte, foi feito o anúncio de que 34,8 milhões de dólares haviam sido arrecadados em menos de 24 horas.
Quando Donald Trump se tornou alvo da justiça americana, o partido Democrata apostava que o alto número de processos contra o ex-presidente seria suficiente para evitar que uma nova candidatura ganhasse capilaridade no país. Em dezembro de 2022, uma pesquisa eleitoral encomendada pelo New York Times apontava para um favoritismo de Ron DeSantis, governador da Flórida, com 14% de diferença contra Trump nas primárias republicanas.
Quando as primeiras acusações criminais surgiram, em abril de 2023, a popularidade de Trump foi para as alturas e nunca mais caiu. O efeito político foi inverso ao esperado, despertando nos eleitores republicanos o sentimento de que o ex-presidente estava, de fato, sendo perseguido politicamente. A aposta em uma disputa acirrada com o governador da Flórida nunca aconteceu, obrigando Ron DeSantis a desistir da corrida ainda em janeiro deste ano para apoiar o magnata.
Reação da oposição
Após o veredicto em Nova York, nenhum deputado ou senador democrata reagiu publicamente à decisão, seguindo orientações do partido para evitar que Donald Trump pudesse alimentar ainda mais a narrativa de perseguição política. Biden também evitou entrar em detalhes, se manifestando através da sua rede social X(antigo twitter): "só há uma maneira de manter Donald Trump fora do Salão Oval: nas urnas".
O ex-presidente e seus filhos usaram diversas redes sociais para demonstrar suas insatisfações com o resultado na corte. Eric Trump e Donald Trump jr publicaram uma imagem da bandeira dos Estados Unidos invertida, afirmando que "eles acordaram um gigante adormecido".
Ainda não há como mensurar quais serão os efeitos práticos das condenações criminais, mas ainda tem tempo suficiente para que os desdobramentos se tornem prejudiciais a Donald Trump. Embora seja remota, existe a possibilidade do republicano ser condenado à prisão, o que não o impediria de seguir sendo candidato porque nos Estados Unidos não há nenhuma lei federal que impeça condenados de concorrerem à presidência.
O receio da campanha de Donald Trump é que as condenações afetem eleitores indecisos nos chamados swing states, estados onde a escolha por um partido é indefinida e, geralmente, definem o vencedor da eleição. Até o momento, pesquisas indicam que Trump leva vantagem em quase todos eles. Na Geórgia, Arizona e Nevada, estados que elegeram Biden em 2020, hoje tem Trump como favorito para vencer em novembro.
Pesquisa eleitoral:
DONALD TRUMP 46% X 44% JOE BIDEN
FONTE: THE ECONOMIST
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