Rússia x Ucrânia: Mãe teme a morte e escreve contato de familiares nas costas da filha
A mãe disse que a intenção foi uma tentativa de resgate, caso algo acontecesse na fuga
Frente à insegurança e o medo da morte em meio à guerra travada entre a Ucrânia e a Rússia, mães ucranianas estão escrevendo contatos familiares nas costas dos filhos, para a hipótese de elas não conseguirem sobreviver, mas as crianças, sim. Foi o que fez a artista Sasha Makoviy nas costas da filha Vira, de 2 anos, ao fugir da guerra. Elas são moradoras de Kiev, capital ucraniana. As informações são do portal Metrópoles.
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“Escrevi com as mãos tremendo muito. Mas por que te contar? Você já sabe como é acordar com os sons ensurdecedores e poderosos de explosões que podem ser ouvidos por dezenas de quilômetros. Eu estava tremendo nas primeiras horas como você”, contou em um relato no Instagram.
A mãe da criança explica que a intenção foi uma tentativa de resgate, caso algo acontecesse na fuga. Agora, mãe e filha estão numa cidade do sul da França. Ela grafou o nome completo, contato dos avós e o endereço da família na capital na menina.
Além de escrever nas costas da menina, a mãe ainda redigiu um bilhete com as mesmas informações. “Ainda não consigo tirar do bolso do macacão esse papel embaralhado da segunda foto. Embora, agora, estejamos onde é seguro”, relata.
Passados alguns dias da fuga, Sasha compartilhou novas imagens da menina. Elas receberam várias mensagens de apoio e ofertas de ajuda. “Quero informar que Vira e eu estamos absolutamente seguros. Fomos para o exterior e estamos no sul da França. Fomos recebidos por voluntários, receberam moradia e foram totalmente atendidos”, compartilhou.
No Twitter, a jornalista ucraniana Anastasiia Lapatina compartilhou a foto da menina e na legenda, Lapatina ironizou o fato de que, enquanto seu país trava uma guerra, a Europa se preocupa com o abastecimento de gás vindo da Rússia para os demais países do continente. "Mães ucranianas estão escrevendo os contatos de seus familiares nos corpos de seus filhos, caso sejam mortos e as crianças sobrevivam. Enquanto isso, a Europa ainda está discutindo gás", publicou.
(Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política.)
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