Rússia é suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU; Brasil se abstém de votação
A iniciativa foi liderada pelos Estados Unidos e contou com o apoio de outros 92 países
A Rússia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Assembleia Geral realizada nesta quinta-feira (7). Liderada pelos Estados Unidos, a iniciativa obteve 93 votos a favor, enquanto 24 países votaram não e 58 se abstiveram, entre eles o Brasil. Uma maioria de dois terços dos membros votantes --as abstenções não contam-- foi necessária para suspender a Rússia do conselho de 47 membros. As informações são do G1 Mundo.
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A decisão foi tomada após relatos de "violações e abusos grosseiros e sistemáticos de direitos humanos" por tropas russas invasoras na Ucrânia, que acusa a Rússia de matar centenas de civis na cidade de Bucha. Moscou negas as acusações.
No mês passado, o conselho abriu uma investigação sobre alegações de violações de direitos, incluindo possíveis crimes de guerra na Ucrânia. Desde que a invasão russa começou, em 24 de fevereiro, a Assembleia Geral adotou duas resoluções denunciando a Rússia com 141 e 140 votos a favor.
Posição do Brasil
O embaixador brasileiro para a ONU, Ronaldo Costa Filho, argumentou que apesar das várias imagens veiculadas de cidades na Ucrânia mostrando crimes de direitos humanos, não há confirmação da veracidade delas. Afirmou ainda que enquanto a investigação independente encaminhada pela ONU para avaliar a situação não apresentar um posicionamento, qualquer decisão será prematura.
Antes da votação, a Rússia alertou os países que um voto sim ou abstenção seria visto como um "gesto hostil" com consequências para os laços bilaterais.
As suspensões são raras. Em 2011, a Líbia foi suspensa por causa da violência contra manifestantes por forças leais ao então líder Muammar Kadafi.
Consequências
As decisões no Conselho enviam mensagens políticas importantes e podem autorizar investigações. A Rússia é um dos membros mais expressivos. Com a suspensão, o País fica impedido de falar e votar, dizem as autoridades, embora seus diplomatas ainda possam participar dos debates. "Eles provavelmente ainda tentarão influenciar o conselho por meio de procuradores", disse um diplomata em Genebra.
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