Religioso não binário assume bispado em igreja cristã; posse teve colete à prova de balas

Megan Rohrer, que lidera hoje dos 65 sínodos da Igreja Evangélica Luterana nos Estados Unidos, contou detalhes de sua vida

O Liberal
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Aos 41 anos, Megan Rohrer é a primeira pessoa não binária (ou seja, nem masculina nem feminina), a assumir bispado em uma grande igreja cristã americana. Atualmente, Megan lidera um dos 65 sínodos da Igreja Evangélica Luterana nos Estados Unidos, supervisionando quase 200 congregações no norte da Califórnia e norte de Nevada. Em entrevista, ela contou detalhes da sua vida e da posse. As informações são da BBC.

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Megan Rohrer tem esposa (Laurel) e dois filhos. A família vive em San Francisco, na Califórnia. Ela entrou para o grupo de pastores da Igreja Evangélica Luterana na América em 2010, junto a outras seis pessoas LGBTQ+, depois que a instituição permitiu que pastores não celibatários em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo servissem à igreja. A Igreja Evangélica Luterana na América tem 3,3 milhões de membros e é uma das maiores denominações cristãs no país.

"É uma coisa bizarra e maravilhosa. Se você passa a vida inteira sem saber se terá permissão sequer para ser pastor, é uma coisa de outro mundo se imaginar como bispo", declarou.

Ela conta que sua trajetória foi marcada por provações ao se descobrir como transgênero e também por projetos para moradores de rua e comunidades LGTBQ +. A própria nomeação foi considerada controversa dentro da congregação. Porém, segundo Megan, a igreja luterana tem trabalhado muito para tentar diminuir a violência de gênero. “Então acho que minha eleição é parte desse trabalho", afirmou.

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Apesar disso, no dia da cerimônia em que tomou posse, em setembro do ano passado, Megan revela ter usado um colete à prova de balas. "Porque o clima de ódio vai além de apenas palavras, né? É físico e baseado em políticas", afirmou.

“Infelizmente, há várias pessoas que acreditam fortemente que apenas certos tipos de pessoas devem ser bem-vindas nas igrejas. Aqui nos EUA, estamos habituados com a violência armada em espaços da igreja — é melhor prevenir do que remediar, especialmente em uma igreja que meus filhos de 7 e 8 anos frequentam", completou.

Ainda assim, ela está otimista diante dos seis anos de mandato que tem pela frente. "Espero apenas personificar a fé e talvez expandir a imaginação daqueles que nunca poderiam imaginar que a vida das pessoas trans poderia ser fabulosa e devota."

Megan diz ainda que a igreja está de portas abertas a todos: "O amor é maior que todos os disparates, o amor de Deus é maior, o amor dos fiéis é maior. E, se você ainda não encontrou uma igreja que seja capaz e esteja disposta a recebê-lo, os luteranos vão te receber. Venha orar conosco quando quiser."

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