Quinto caso de cura do HIV é registrado no mundo; paciente foi submetido a transplante de medula
Paciente de 53 anos precisou realizar o transplante de células-tronco após ser diagnosticado com leucemia; doador apresentava genética resistente ao vírus do HIV
Cientistas de um hospital universitário alemão anunciaram o caso de remissão do HIV em um paciente, circunstância em que é considerado curado. Este é o quinto episódio registrado no mundo. Como nas vezes anteriores, o paciente foi submetido a um transplante de medula óssea em que o doador tem genética resistente ao vírus.
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O caso foi publicado na revista científica Nature Medicine, nesta segunda-feira (20). Os cientistas do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, realizaram o transplante em 2013. O paciente, um homem de 53 anos, havia sido diagnosticado com leucemia mieloide aguda (LMA), um tipo de câncer, em 2011, seis meses após iniciar o tratamento contra o HIV.
Gene raro bloqueia a replicação do vírus
O transplante foi realizado após o avanço do tumor no paciente, e a escolha do doador previa o controle da leucemia e do HIV. O doador escolhido tem uma mutação rara no receptor das células que o vírus utiliza para atacar o sistema imunológico, conhecido como CCR5. Essa mutação é comprovadamente resistente à maioria das cepas do HIV, pois bloqueia o caminho da infecção e impede a replicação do vírus.
Cinco anos após o tratamento com células-tronco, os médicos indicaram que o paciente interrompesse o uso do medicamento antiviral contra o HIV, com acompanhamento constante do paciente. Em 2023, também cinco anos após interromper o uso do antiviral, o paciente não apresentou o ressurgimento do vírus no organismo, representando a “cura” do HIV.
Quinto caso de cura do HIV no mundo
Este é o quinto caso de cura do HIV relatado. Um caso em Berlim, em 2009, outro em Londres, em 2019, e outros dois casos anônimos, em 2022. Apesar do tratamento parecer propício, o transplante de medula óssea envolve diversos riscos, tem alta complexidade e necessita de doadores compatíveis. Portanto, é recomendado apenas para os pacientes que se encontram em estados avançados de câncer.
(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor web de OLiberal.com, Felipe Saraiva)
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