Médicos anunciam 4º caso de cura de paciente com HIV

Homem diagnosticado com o vírus em 1988 foi considerado curado após um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia. O doador era naturalmente resistente ao vírus

O Liberal
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Um homem de 66 anos diagnosticado com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), no ano de 1988, foi curado, segundo os médicos que o acompanham. Este é o quarto caso do tipo no mundo. O paciente fazia tratamento contra leucemia e realizou um transplante de medula óssea que teve como doador uma pessoa naturalmente resistente ao vírus. Ele parou de tomar medicamentos para o HIV e o vírus não é mais encontrado em seu corpo. As informações são da BBC News Brasil.

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O caso foi apresentado na conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá. Em um comunicado, o homem, que pediu para não ser identificado, lembrou o sentimento que teve quando foi diagnosticado com o vírus, na década de 1980.

“Como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, declarou o paciente.

Ele é identificado como o Paciente City of Hope ("Cidade da Esperança", em português) em homenagem ao hospital onde foi tratado em Duarte, na Califórnia. No passado, o homem perdeu amigos para o HIV, antes que os medicamentos antirretrovirais pudessem dar a estas pessoas uma expectativa de vida quase normal.

O paciente desenvolveu leucemia aos 63 anos e os médicos responsáveis pelo seu tratamento decidiram que ele precisava do transplante para substituir sua medula óssea doente por células saudáveis. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV. O vírus entra nos glóbulos brancos do nosso corpo usando uma porta microscópica – uma proteína chamada CCR5. No entanto, algumas pessoas, como é o caso desse doador, têm mutações CCR5 que fecham essa porta e impedem a entrada do vírus.

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Após o transplante, o homem passou a ser monitorado. Seus níveis de HIV se tornaram indetectáveis ​​em seu corpo e permanecem assim há mais de 17 meses.

O HIV pode levar à Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) e dificultar a defesa do corpo contra infecções. A primeira vez em que um caso semelhante ao do Paciente City of Hope aconteceu foi em 2011, quando Timothy Ray Brown – conhecido como o Paciente de Berlim – se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV.

No entanto, especialistas avaliam que os transplantes de medula óssea não vão revolucionar o tratamento para os 38 milhões de pessoas que têm HIV no mundo atualmente.

"É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV", afirmou Dickter.

Os pesquisadores estão procurando maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 usando terapia genética. "A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV", declarou Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids. Segundo ela, houve "um punhado de casos de cura individual antes" e eles forneceram "esperança contínua para pessoas que vivem com HIV e inspiração para a comunidade científica".

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