Origem da covid: Agência afirma que vírus pode ter vazado de um laboratório da China
Mensagens mostram que havia preocupação com segurança em laboratórios chineses
Um relatório de inteligência confidencial recentemente fornecido à Casa Branca e aos principais membros do Congresso indica que o Departamento de Energia dos Estados Unidos mudou seu posicionamento sobre a origem da pandemia de covid-19. Agora, a agência avalia que o vírus se espalhou provavelmente a partir de um vazamento acidental em um laboratório de Wuhan, na China. Até então, o Departamento de Energia manifestava dúvidas sobre a origem do vírus. A nova posição aparece em uma atualização de um documento de 2021 do escritório da diretora de Inteligência Nacional Avril Haines.
O novo relatório destaca como diferentes partes da comunidade de inteligência chegaram a julgamentos díspares sobre a origem da pandemia. Quatro outras agências, juntamente com um painel nacional de inteligência, ainda julgam que foi provavelmente o resultado de uma transmissão natural; duas estão indecisas. O Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) também afirmou que o vírus provavelmente se espalhou por um acidente em um laboratório chinês.
A comunidade de inteligência dos EUA é composta por 18 agências, incluindo escritórios nos departamentos de Energia, Estado e Tesouro. Oito deles participaram da revisão das origens do covid, junto com o Conselho Nacional de Inteligência.
Agências não deram detalhes sobre novo posicionamento
Autoridades dos EUA se recusaram a dar detalhes sobre as novas informações que levaram o Departamento de Energia a mudar de posição. No entanto, telegramas do Departamento de Estado dos EUA escritos em 2018 e documentos internos chineses mostram que havia preocupações persistentes sobre os procedimentos de biossegurança da China, que foram citados pelos proponentes da hipótese de vazamento de laboratório. O vírus covid-19 circulou pela primeira vez em Wuhan, na China, até novembro de 2019, de acordo com o relatório de inteligência dos EUA de 2021.
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A conclusão do Departamento de Energia é relevante porque a agência possui considerável conhecimento científico e supervisiona uma rede de laboratórios nacionais dos EUA. No entanto, o departamento fez seu julgamento com "baixa confiança", de acordo com pessoas que leram o relatório confidencial. Já o FBI, que havia chegado à mesma conclusão antes, tem "confiança moderada" nesta visão.
Pandemia não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas
As autoridades não disseram se uma versão não confidencial da atualização será apresentada. Parlamentares, principalmente os republicanos da Câmara e do Senado, vêm realizando suas próprias investigações e pressionando o governo Biden e a comunidade de inteligência para obter mais informações.
Apesar das análises divergentes, a atualização reafirma um consenso de que a pandemia não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas. Um alto funcionário da inteligência dos EUA confirmou que a comunidade de inteligência conduziu a atualização à luz de novas informações, estudos mais aprofundados da literatura acadêmica e consultas a especialistas de fora do governo.
O FBI se recusou a comentar, assim como o governo chinês, que contesta que o vírus possa ter escapado de um laboratório.
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