Máquina de ressonância magnética revela imagens inéditas do cérebro humano
Aparelho considerado o mais potente do mundo trouxe registros inéditos do órgão; descoberta poderá auxiliar na detecção e tratamento de doenças como o Alzheimer
A Comissão de Energia Atômica da França (CEA) revelou na última terça-feira (2) imagens inéditas do cérebro humano com altíssima precisão, obtidas através da máquina de ressonância magnética mais poderosa do mundo, o scanner Iseult. A descoberta abre portas para novos diagnósticos e tratamentos de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
O Iseult, considerado o um equipamento de última geração, possui um campo magnético de 11,7 teslas, mais de três vezes mais potente que os aparelhos utilizados em hospitais. Essa força permite que o scanner capte imagens com muitos detalhes, revelando estruturas cerebrais nunca vistas com tanta nitidez.
VEJA MAIS
As imagens do cérebro humano foram obtidas em apenas quatro minutos, enquanto em máquinas tradicionais, o processo levaria horas e as imagens não teriam a mesma qualidade. O conforto do paciente também é um fator importante, pois movimentos durante o exame podem "desfocar" a imagem.
Diagnósticos mais precisos
A descoberta é fruto de mais de 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, reunindo esforços de neurocientistas, físicos, matemáticos e médicos. A equipe do CEA está entusiasmada com as possibilidades que o Iseult oferece para a exploração do cérebro humano, tanto em indivíduos saudáveis quanto em pacientes com doenças neurodegenerativas.
"Com o projeto Iseult, um mundo totalmente novo se abre diante dos nossos olhos", afirma Nicolas Boulant, Chefe do projeto e Diretor de Investigação do CEA. "Ainda precisamos de vários anos de investigação para desenvolver e melhorar os nossos métodos de aquisição e garantir que os dados tenham a mais alta qualidade possível."
O objetivo principal do projeto é utilizar a alta resolução das imagens para descobrir novos detalhes sobre a anatomia, as conexões e a atividade do cérebro humano. Isso permitirá um melhor entendimento de como o cérebro funciona, tanto em estado saudável quanto em doenças.
As imagens de alta precisão também podem ser usadas para diagnosticar e tratar doenças neurodegenerativas com mais precisão. O Iseult facilita a detecção de elementos químicos no cérebro, como o lítio, usado em medicamentos para transtornos bipolares. "Nosso objetivo é investigar doenças neurodegenerativas até 2026-2030, bem como outras doenças que se enquadram mais na psiquiatria, como esquizofrenia e transtornos bipolares. As ciências cognitivas também terão uma importância fundamental na nossa investigação", ressalta Boulant.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA