Mahmoud Khalil: conheça o estudante palestino preso após protestos nos EUA
Mahmoud Khalil foi preso que seu green card havia sido revogado por Donald Trump

Mahmoud Khalil nasceu como um refugiado palestino na Síria, mas sua família é de Tiberíades, uma cidade israelense que já foi conhecida por sua diversidade cultural entre judeus e árabes.
Criado na Síria, ele se formou em ciência da computação pela Lebanese American University e, antes de ingressar na Universidade de Colúmbia, trabalhou em desenvolvimento internacional, incluindo uma passagem pelo Foreign, Commonwealth and Development Office do Reino Unido.
Em 2023, Khalil iniciou um mestrado em administração pública na Escola de Relações Internacionais e Públicas de Colúmbia. No mesmo ano, o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, desencadeou uma guerra que ressoou fortemente dentro do ambiente acadêmico.
A crise colocou a Universidade de Colúmbia no centro das atenções, com estudantes organizando manifestações e acampamentos em apoio à Palestina, seguindo uma tradição de protestos estudantis contra guerras e conflitos globais. Entretanto, o movimento também gerou controvérsias, com relatos de incidentes de antissemitismo que Khalil prontamente condenou.
“Não há, é claro, lugar para antissemitismo”, expressou à CNN em abril de 2024. “O que estamos testemunhando é um sentimento antipalestino que está assumindo diferentes formas e antissemitismo, islamofobia, racismo (são) algumas dessas formas.”
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Suspensão e reintegração
Mahmoud Khalil optou por não participar diretamente dos acampamentos estudantis, temendo que sua presença pudesse comprometer seu visto de estudante nos Estados Unidos. Em vez disso, ele concentrou seus esforços em discursos e na mediação entre estudantes e a administração da Universidade de Colúmbia. Como um dos representantes da Columbia University Apartheid Divest – uma coalizão de organizações estudantis que pressionava a universidade a cortar laços financeiros com Israel e exigia um cessar-fogo em Gaza – Khalil esteve à frente de discussões estratégicas.
Dias depois de conceder uma entrevista à CNN, a instituição perdeu o prazo para definir sua posição sobre o desinvestimento. Em resposta, manifestantes, incluindo estudantes e apoiadores externos, ocuparam o Hamilton Hall e se barricaram no local. A situação escalou rapidamente, levando a universidade a solicitar a intervenção da polícia. De acordo com o Departamento de Polícia de Nova York, mais de 280 pessoas foram presas na operação.
Posteriormente, Khalil relatou à BBC que a universidade tomou medidas para suspendê-lo, mas a decisão foi revertida de maneira abrupta, sem maiores explicações.
Prisão e disputa legal
Mahmoud Khalil, que concluiu seu mestrado na Universidade de Colúmbia em dezembro e possui residência legal nos Estados Unidos, foi preso por agentes federais após ser informado por seu advogado de que seu green card havia sido revogado pelo presidente Donald Trump.
Sua advogada, Amy Greer, revelou que Khalil foi detido na presença de sua esposa, cidadã americana, que está grávida de oito meses. Em sua rede social Truth, Trump descreveu o estudante como um simpatizante terrorista, outras vozes o defendiam como um ativista palestino, conhecido por sua atuação em defesa de seu povo.
Na segunda-feira (10), um juiz federal de Nova York determinou a suspensão de qualquer tentativa do governo Trump de deportá-lo, garantindo que Khalil permaneceria nos Estados Unidos até sua audiência marcada para quarta-feira (12), conforme documentos judiciais.
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