Juízes do Supremo Tribunal de Justiça e procurador-geral são destituídos do cargo em El Salvador
A alegação é de que os magistrados teriam violado a Constituição ao tomarem decisões contra medidas que o presidente Nayib Bukele tentou adotar durante a pandemia.
Com 64 votos a favor, 19 contra e um ausente, o Congresso de El Salvador determinou a retirada de cinco magistrados do Supremo Tribunal de Justiça do País, entre eles o presidente da corte, José Armando Pineda Vargas, por terem violado a Constituição ao tomarem decisões contra medidas que o presidente Nayib Bukele, tentou adotar durante a pandemia, como o estado de emergência no país.
Também foi destituído, por 64 votos a favor, sete contra, 11 abstenções e dois ausentes, o procurador-geral da República, Raúl Melara, sob a alegação de que ele teria ligações com a sigla direitista Aliança Nacionalista Republicana (ARENA), opositora ao governo. Melara havia sido eleito para um mandato de três anos que termina em dezembro de 2021.
O novo Congresso de El Salvador é controlado pelo presidente do país, com a maioria dos parlamentares governistas. Nayib Bukele elogiou a decisão, garantindo que "o povo" a acolheu, ao mesmo tempo que pediu à comunidade internacional que não interfira no assunto.
Posteriormente, cinco novos magistrados foram eleitos e empossados pelo Congresso, para comporem a Câmara Constitucional. O presidente do Congresso, Ernesto Castro, também empossou o advogado Rodolfo Antonio Delgado como o novo Procurador-Geral da República, no período de 2 de maio de 2021 a 5 de janeiro de 2022.
Os partidos da oposição atacaram as medidas. José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da organização Human Rights Watch, também criticou a decisão. "Bukele rompe com o império da lei e busca concentrar todo o poder em suas mãos", disse ele em sua conta no Twitter.
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