Hamas diz que não abandonou negociações de cessar-fogo após ataques israelenses

Nos últimos dias, houve sinais esperançosos de que se chegaria a um acordo para acabar com os combates e devolver os reféns mantidos em Gaza

Nidal al-Mughrabi e Maayan Lubell / Reuters
fonte

CAIRO/JERUSALÉM (Reuters) - Uma autoridade sênior do Hamas disse neste domingo que o grupo islâmico não se retirou das negociações de cessar-fogo com Israel depois dos ataques mortais deste fim de semana em Gaza, que Israel disse terem tido como alvo o líder militar do grupo Mohammed Deif.

No entanto, Izzat El-Reshiq, membro do gabinete político do Hamas, acusou Israel de tentar dificultar os esforços dos mediadores árabes e dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo, intensificando os seus ataques no enclave.

No sábado, um ataque israelense na área de Khan Younis, em Gaza, deixou pelo menos 90 palestinos mortos, segundo as autoridades de saúde locais. O fato colocou em dúvida as negociações de cessar-fogo.

Nos últimos dias, houve sinais esperançosos de que se chegaria a um acordo para acabar com os combates e devolver os reféns mantidos em Gaza.

VEJA MAIS 

image Presidente palestino culpa Hamas pela continuação da guerra em Gaza
Seus comentários sinalizam o aumento da tensão entre a facção Fatah de Abbas e o grupo islâmico Hamas, que acusou o presidente palestino de ficar do lado de Israel

image Netanyahu diz não ter certeza de que líder do Hamas foi morto em ataque israelense
Netanyahu prometeu perseguir os objetivos de guerra de Israel até o fim

image Pelo menos 71 palestinos morrem em ataque de Israel contra chefe do Hamas, dizem autoridades
O grupo islamita militante Hamas disse, em nota oficial, que as alegações israelense de que o ataque tinha como alvo líderes militares eram falsas

Duas fontes de segurança egípcias que fazem parte das negociações de cessar-fogo em Doha e no Cairo disseram no sábado que, depois de três dias de intensas conversas, as discussões foram interrompidas.

Era esperado que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reunisse seu círculo próximo de ministros ainda neste domingo para discutir as negociações.

O ataque de sábado tinha Deif como alvo e matou Rafa Salama, comandante da brigada Khan Younis do Hamas, disseram os militares israelenses no domingo, mas não houve confirmação sobre o destino de Deif.

“O ataque em Khan Younis foi resultado de inteligência cirúrgica”, disse o chefe do serviço de segurança doméstica Shin Bet em vídeo divulgado pelo serviço desde Rafah. Segundo ele, 25 agentes do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra foram mortos na semana passada.

No sábado, uma autoridade sênior do Hamas negou que Deif tivesse sido morto e o grupo disse que as alegações israelenses visavam justificar o ataque.

Neste domingo, as forças israelenses continuaram os bombardeios aéreos e terrestres contra várias áreas do território costeiro, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, a maioria já deslocada pela guerra.

Um ataque a uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no campo de Nuseirat, um dos oito campos de refugiados da Faixa de Gaza, matou 15 palestinos e feriu dezenas de pessoas, informaram as autoridades de saúde e meios de comunicação do Hamas.

Os militares de Israel disseram que o local foi usado como base para os combatentes do Hamas atacarem as forças israelenses e que várias medidas foram tomadas para reduzir o risco de ferir civis, como por exemplo, o uso de munições precisas e inteligência.

Moradores contaram que dois mísseis atingiram o andar de cima da escola, que fica próxima ao mercado local do campo de refugiados, geralmente ocupado por comerciantes e onde famílias deslocadas também se abrigam.

No início do domingo, ataques aéreos israelenses contra quatro casas na Cidade de Gaza mataram pelo menos 16 palestinos e feriram dezenas de pessoas, disseram médicos.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que, desde o início da guerra em outubro, pelo menos 38.584 palestinos morreram e 88.881 ficaram feridos na ofensiva militar de Israel. O último ataque na Faixa de Gaza deixou 141 palestinos mortos, o maior número de mortos em um dia em muitas semanas.

O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre combatentes e não-combatentes, mas as autoridades dizem que a maioria dos mortos durante a guerra foram civis.

Israel perdeu 326 soldados em Gaza e afirma que pelo menos um terço das vítimas palestinas são combatentes.

A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023 quando um ataque liderado pelo grupo islâmico dentro de Israel matou 1.200 pessoas, a maioria civis, e fez cerca de 250 reféns para Gaza, segundo autoridades israelenses.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Mundo
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MUNDO

MAIS LIDAS EM MUNDO