Guerras e conflitos internos: 2025 inicia com disputas e tensões em diversos países
Confira a análise sobre os conflitos e disputas políticas envolvendo países como Rússia, Ucrânia, Israel, Síria, Taiwan, Irã, Estados Unidos, Venezuela, Brasil e Argentina
O ano de 2025 inicia ainda mais tenso em diversas partes do globo, com diversas regiões vivendo mudanças políticas e sob a expectativa da nova política externa guiada por Donald Trump, que assume a Casa Branca no dia 20 de janeiro. A guerra na Ucrânia deve passar por mudanças. Ao longo de sua campanha, o republicano criticou o alto custo do apoio militar a Kiev, afirmando repetidas vezes que, sob sua administração, o conflito poderia ser resolvido “em 24 horas”.
Desde 2022, o governo americano investiu cerca de 113 bilhões de dólares em assistência militar, humanitária e econômica à Ucrânia, um dos maiores pacotes de ajuda já direcionados a um país estrangeiro, segundo a Associated Press. Desse montante, mais da metade foi destinada a equipamentos militares avançados, como sistemas de defesa aérea, munições e treinamento de tropas ucranianas, enquanto o restante cobriu despesas humanitárias e auxílio financeiro direto ao governo de Zelensky.
Para Trump, o foco dos Estados Unidos deve ser a guerra comercial com a China, portanto, seguir financiando a resistência ucraniana não é uma prioridade, ainda que isso signifique aceitar ceder às demandas russas para um cessar-fogo imediato.
No Oriente Médio, a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria consolidou uma nova configuração de forças na região. O território sírio agora é controlado em partes por Israel, Turquia e Estados Unidos, enquanto a Rússia, que tinha grande influência no governo Assad e bases navais estratégicas em Latakia, redireciona suas operações militares para a Líbia.
A queda de Assad também prejudica o Hezbollah, que usava o território sírio como rota de transporte e, em troca, ajudava a proteger o governo. Sem o suporte logístico garantido pelo regime sírio, o Hezbollah enfrentará dificuldades para reabastecer seus arsenais e manter o controle sobre territórios estratégicos no sul do Líbano.
O Irã, no entanto, permanece como um dos principais pontos de atenção para o próximo ano. Israel, fortalecido pela queda de Assad e pelo recuo russo na Síria, vê uma oportunidade estratégica para intensificar esforços contra o regime iraniano e seus aliados na região. O governo israelense já declarou interesse em evitar que Teerã avance em seu programa nuclear e, paralelamente, tem apoiado movimentos que possam desestabilizar o governo iraniano.
No segundo mandato de Donald Trump, o futuro do Irã deve ser marcado por uma combinação de pressão econômica e diplomática intensificada, mas sem ações diretas para forçar uma mudança de regime. Durante sua campanha, Trump reafirmou que seu objetivo não é promover intervenções militares no Irã, mas sim usar sanções e isolamento estratégico para conter o programa nuclear e limitar a influência iraniana na região.
Ainda assim, o governo Trump deverá continuar apoiando Israel em seus esforços contra o regime de Ali Khamenei.
A América Latina também entra em 2025 com disputas políticas que podem moldar os rumos da região. Na Venezuela, Edmundo González Urrutia promete voltar do exílio na Espanha para tomar posse como presidente, intensificando as tensões internas, já que Nicolás Maduro também alega ter vencido as eleições e mantém apoio das Forças Armadas. A possibilidade de confrontos internos é elevada, especialmente se os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, reforçarem a pressão contra o regime de Maduro. Esse contexto deve prolongar a instabilidade política e econômica no país, com potenciais impactos nos fluxos migratórios e nas relações diplomáticas com vizinhos como Colômbia e Brasil.
O Brasil e a Argentina também podem ver as relações com os Estados Unidos sofrerem impacto. Donald Trump já demonstrou insatisfação com as altas tarifas comerciais brasileiras e pode buscar uma renegociação que afete as exportações nacionais. Na Argentina, Javier Milei enfrentará eleições legislativas decisivas, que determinarão se ele terá apoio suficiente no Congresso para implementar as reformas econômicas anunciadas. Apesar da aproximação ideológica entre Trump e Milei, a aliança ainda não se traduziu em promessas concretas de acordos, como almeja o presidente argentino.
Enquanto o foco global permanece nas tensões no Leste Europeu e no Oriente Médio, a China segue avançando discretamente em sua política de expansão no Indo-Pacífico.
A China tem intensificado as simulações militares contra Taiwan, focando em cenários de bloqueio marítimo e aéreo, além de ataques anfíbios coordenados. Nos últimos meses, exercícios envolvendo porta-aviões, submarinos e mísseis balísticos foram realizados em áreas estratégicas próximas à ilha, simulando cortes de rotas de suprimento e ataques a infraestruturas críticas de Taiwan. Um dos destaques tem sido o uso de drones e aeronaves não tripuladas para testar as defesas aéreas taiwanesas, forçando respostas constantes e desgastando recursos.
Além disso, forças terrestres chinesas têm realizado treinamentos de desembarque em praias semelhantes às da costa taiwanesa, sugerindo preparação para uma operação de invasão. Apesar das demonstrações frequentes de força, Pequim mantém oficialmente o discurso de busca por uma reunificação pacífica com a ilha.
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