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Feministas incentivam mulheres a renunciar homens após vitória de Trump

Desde a vitória de Trump, houve um aumento expressivo de mais de 4.000% nas buscas pelo movimento 4B no Google nos Estados Unidos

O Liberal

Após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, diversas feministas norte-americanas começaram a incentivar as mulheres a aderir ao movimento 4B, que defende a renúncia completa aos homens. Originado na Coreia do Sul, o movimento 4B propõe que as mulheres abandonem o casamento, deixem de ter filhos, evitem relacionamentos e relações sexuais com homens.

Desde a vitória de Trump, houve um aumento expressivo de mais de 4.000% nas buscas pelo movimento no Google nos Estados Unidos, especialmente em estados tradicionalmente democratas como Washington D.C. e Colorado, indicando um interesse particular entre mulheres progressistas insatisfeitas com a derrota de Kamala Harris.

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Para muitas dessas mulheres, os direitos reprodutivos estavam no centro das eleições. A campanha de Harris investiu na mobilização do voto feminino com foco nesses direitos, mas, surpreendentemente, uma parte significativa das eleitoras acabou se voltando para Trump. Essa situação, somada ao fracasso de referendos que poderiam garantir o direito ao aborto em estados como Flórida e Nebraska, levou a uma sensação de ameaça aos direitos das mulheres, especialmente diante da possibilidade de uma legislação federal restritiva sobre o aborto.  

O movimento 4B começou na Coreia do Sul em 2019, impulsionado por uma série de protestos contra a cultura misógina e as desigualdades de gênero no país. As “quatro Bs” que orientam o movimento significam rejeitar o casamento, a maternidade, o namoro e o sexo com homens. Desde então, a tendência vem ganhando popularidade nas redes sociais, tanto na Ásia quanto em outros países, onde usuárias promovem a independência feminina e incentivam o fortalecimento de laços entre mulheres, seja por meio de redes de apoio ou do consumo em negócios geridos por mulheres. 

Especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times apontam que, nos Estados Unidos, a adesão ao movimento reflete uma reação à eleição de Trump e ao contexto político. Entretanto, ao contrário da Coreia do Sul, onde a renúncia aos homens se torna um estilo de vida para algumas mulheres, nos EUA a adesão ao 4B parece ser mais uma resposta temporária, destinada a chamar atenção para as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no cenário atual. 

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