Erro de segurança permite intercepção russa em conferência militar sobre a Ucrânia, admite Alemanha
Um dos participantes entrou na conversa por engano por meio de uma linha não segura
O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, revelou que uma videoconferência militar de alto nível sobre a Ucrânia foi interceptada pela Rússia devido a um erro individual.
Um dos participantes entrou na conversa por engano por meio de uma linha não segura, porém, os sistemas de comunicações alemães permaneceram intactos.
Pistorius acrescentou que a Rússia provavelmente interceptou a discussão entre altos funcionários da Força Aérea Alemã por acidente, por meio de vigilância generalizada.
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O ministro apresentou os resultados preliminares de uma investigação sobre o vazamento, que causou constrangimento à Alemanha e levantou dúvidas sobre a segurança de sua inteligência.
Na semana passada, a mídia russa divulgou uma gravação de áudio de uma reunião de autoridades alemãs realizada na plataforma Webex, na qual discutiam a entrega de armas para a Ucrânia e um possível ataque de Kiev a uma ponte na Crimeia.
Ligação vazada era de Singapura
O ministro Boris Pistorius destacou que o participante em questão ligou de Singapura, onde ocorria um show aéreo. Este evento atraiu altos funcionários militares europeus, tornando-se um alvo para os serviços de segurança russos.
“Portanto, devemos assumir que o acesso a esta conferência no Webex foi um golpe casual no âmbito de uma abordagem ampla e dispersa”, explicou o ministro alemão.
Ele observou que o uso do Webex para chamadas até certo nível de segurança foi autorizado, sendo um software especialmente certificado com servidores nos centros de computação da Bundeswehr na Alemanha. Apesar disso, a Alemanha estava investigando se houve menção a questões na teleconferência que não deveriam ser discutidas no Webex.
Pistorius afirmou que a Rússia vazou a ligação numa tentativa de criar divisões na Alemanha e entre o país e seus aliados.
Na chamada interceptada, o chefe da Força Aérea Alemã, Ingo Gerhartz, discute com três altos funcionários da Luftwaffe a possível entrega de mísseis de cruzeiro Taurus a Kiev, uma questão que o chanceler Olaf Scholz rejeitou publicamente até agora com firmeza, alimentando um debate público.
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