Cumprindo ameaça, Rússia suspende acordo que permitia exportação de grãos da Ucrânia
Mediado pela ONU e pela Turquia, o pacto garantiu a a exportação de 32 milhões de toneladas de grãos por meio de um corredor humanitário no Mar Negro
A Rússia cumpriu a ameaça e suspendeu a participação do país no acordo que permitiu a exportação de grãos da Ucrânia por meio de um corredor humanitário no Mar Negro. O pacto, que expiraria nesta segunda-feira (17), foi mediado pela Organização das Nações Unidas e pela Turquia. Pelo acordo, os navios ucranianos que trafegassem por este corredor marítimo não seriam atacados. A saída dos russos representa um duro golpe em agricultores ucranianos e países que lutam contra a forma.
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Somente no ano passado, os ucranianos conseguiram exportar pelo corredor humanitário 32 milhões de toneladas de grãos. De acordo com a ONU, o pacto atendeu a ambas as partes e reduziu globalmente os preços dos alimentos em mais de 20%, fornecendo grãos para 45 países em três continentes: 46% para a Ásia, 40% para a Europa Ocidental, 12% para a África e 1% para a Europa Oriental.
Afeganistão, Sudão, Djibouti, Etiópia, Quênia, Somália e Iêmen, países castigados pela insegurança alimentar, receberam 725 mil toneladas de trigo ucraniano, por meio do Programa Mundial de Alimentos.
Apesar dos apelos da ONU e agências de ajuda humanitária, já havia a expectativa de que a Rússia sairia do acordo, uma vez que o presidente Vladimir Putin dava sinais de que não via benefícios para o país e reivindicava que o banco agrícola estatal russo – o Rosselkhozbank – fosse readmitido no sistema de pagamentos SWIFT.
António Guterres, secretário-geral da ONU, chegou a enviar uma proposta contemplando uma subsidiária do banco, mas não recebeu resposta.
Como consequência mais imediata da decisão dos russos, os preços dos grãos voltarão a disparar, a exemplo do que ocorreu no início da invasão à Ucrânia, quando os navios de guerra da Rússia bloquearam os portos, impedindo a passagem de 20 milhões de toneladas de produtos.
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