Após erro de procedimento, paciente tem que amputar o pênis
Homem não concorda com indenização estabelecida pela Justiça para reparar danos
Um homem de 30 anos que vive entre Nantes e Saint-Nazaire, na França, e quer permanecer anônimo, teve o pênis amputado. Há oito anos, em 2014, ele, que é pai de três filhos, soube que tinha câncer de pele no pênis. Tratado no Hospital Universitário de Nantes, teve que, mais tarde, amputar o pênis após um erro de procedimento do primeiro médico. As informações são da France Bleu Loire Océan.
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O tribunal administrativo de Nantes se pronunciou na quarta-feira (21), estabelecendo a indenização pelos danos sofridos: cerca de 62.000 euros, cerca de R$ 340 mil. O advogado da vítima, Me Georges Parastatis, reivindicava quase um milhão de euros, quase R$ 5,5 milhões.
“Estou realmente arrasado, pois isso é vergonhoso”, disse o paciente amputado.
Me Parastatis anuncia que seu cliente vai recorrer da decisão "para afirmar a singularidade desse processo, que a jurisprudência administrativa francesa tem dificuldade em conceber". “O dano psicológico não foi levado em conta”, argumenta
Entenda o caso
O homem tinha 30 anos quando lhe foi anunciado o diagnóstico: câncer no pênis. "Eu disse a mim mesmo 'por que eu'?" O urologista no Hospital Universitário de Nantes removeu o tumor, enquanto tentava limitar a remoção do pênis o máximo possível. Mas o câncer, depois do procedimento, continuava se espalhando. A dor era insuportável, segundo o paciente. O homem tentava aliviar a dor com coquetéis de morfina, tramadol e codeína. “Fiquei completamente maluco; teve até uma hora que eu mesmo quis cortar. Quem me impediu foi minha mulher”, garante ele.
Os anos se passaram, e o câncer continuava a progredir, até que outro médico, em Lyon, decidiu pela amputação total do pênis. "Por dentro eu sabia. Era a morte ou aquilo. E, de fato, ele removeu tudo. Ele deixou os testículos e cortado na base", explica o homem.
O que disse a perícia?
A perícia médica demonstrou o erro do urologista de Nantes, que não retirou todas as células cancerígenas do paciente, o que ocasionou a progressão do câncer até a amputação ser inevitável. "Tenho ódio desse médico que não me ouviu. Ele jogou roleta russa comigo!”
E o câncer ainda chegou aos pulmões. Depois de um tratamento muito pesado, hoje com 38 anos, a doença está em remissão.
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