Pacientes denunciam falta de medicação para tratamento contra o câncer
Em nota, o Hospital Ophir Loyola informou que possui cobertura contratual para o fornecimento do medicamento Bleomicina, “contudo o fornecedor não cumpriu com o prazo de entrega”
A equipe do Eu Repórter recebeu denúncias anônimas sobre a falta da medicação Bleomicina no Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém. As denunciantes alegam que o problema ocorre desde o início do mês de maio, prejudicando pacientes que estão em tratamento contra o câncer na unidade de saúde.
O HOL comunicou, em nota, que possui cobertura contratual para o fornecimento do medicamento Bleomicina, “contudo o fornecedor não cumpriu com o prazo de entrega”. "A instituição ressalta que já adotou todas as providências administrativas cabíveis para a regularizar o abastecimento o mais breve possível", disse.
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Uma paciente conta que possui o Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, e explica que se o tratamento é interrompido ou não realizado de maneira adequada, a sua eficácia cai e, no caso dela, aumenta o risco de o câncer retornar. "Não há o fármaco chamado Bleomicina, uma das medicações do protocolo ABVD, sigla das medições usadas no protocolo clássico de tratamento contra o linfoma", disse.
"No dia 5 de maio, perdi a quimio por falta da Bleomicina, e dia 24 eu teria que fazer outra sessão. Dia 31 de maio seria a última dos seis ciclos que foram receitados para mim. O pior de tudo é virar resistente à medicação, a doença virar metástase e o paciente evoluir a óbito", contou a denunciante.
Outra paciente, que também possui o Linfoma de Hodgkin, contou ao Eu Repórter que iniciou o tratamento no dia 28 de março e que faz quimioterapia de 15 em 15 dias. "A última sessão que fiz foi em 25 de abril, depois disso não conseguir fazer e nem marcar outras sessões por falta da medicação Bleomicina", contou.
O hospital teria informado à paciente que o remédio chegaria no dia 29 de maio, porém, em novo contato, já foi informada de outra data: 1º de junho. Na quinta (1º), dia previsto, ela novamente tentou falar com a unidade de referência, mas não conseguiu contato.
"Estou preocupada, meu câncer está no terceiro estágio, sei o quão importante é o tratamento feito de forma correta e que me dão mais chances de cura. Eu não tenho a certeza da cura, mas sei que o atraso do tratamento me deixa ainda mais distante de consegui-la. Existem outros pacientes na mesma situação com o tratamento parado. Esse atraso é angustiante", desabafou a denunciante
O projeto Eu Repórter é uma iniciativa do Grupo Liberal, que busca reforçar a proximidade com os leitores e internautas, incentivando ainda mais o jornalismo colaborativo. Para participar das reportagens e conteúdos, compartilhando histórias, denúncias e sugestões de matérias com a redação de O Liberal, basta acessar o site eureporter.grupoliberal.com ou enviar suas informações para o Whatsapp (91) 98565-7449, onde será iniciada uma conversa diretamente com repórteres da redação. A denúncia pode ser feita de forma anônima.
(*Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Camila Moreira, chefe de reportagem de O Liberal)
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