Torneio de tapas na cara: conheça a polêmica modalidade promovida pelo UFC

Embates de tapas no rosto tem atraído muitos telespectadores e movimentado o mercado do esporte de combate nos EUA

Aila Beatriz Inete
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Nos últimos dois anos, uma nova a modalidade surgiu e cresceu assustadoramente no mundo dos esportes de combates: as disputas de tapas na cara. Por conta da peculiaridade dos empates e os nocautes assustadores, vídeos começaram a viralizar nas redes sociais e os duelos passaram a atrair o público. 

Chancelada por Dana White, presidente do UFC, as competições de tapa na cara tiveram um grande lobby até serem legalizadas nos Estados Unidos. O CEO do Ultimate criou o torneio Power Slap em 2022 e assumiu o protagonismo da modalidade no cenário mundo. 

As competições de tapas já existiam em outros países, como no leste europeu, mas, não eram legalizados nos EUA e com fiscalização esportivas. Assim, interessado no mercado, o UFC decidiu investir na nova modalidade e conseguiu convencer a Comissão Atlética de Nevada (NSAC) a liberar a promoção dos eventos. 

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Como funciona

Jorge Ulisses, colunista de MMA de O Liberal.com, explicou que a "luta", basicamente, é um embate de um contra um. O vencedor é o atleta que mais aguentar os golpes no rosto sem desmaiar ou ser nocauteado em 10 rounds. O combate, tem a presença de um árbitro e juízes nas linhas laterais que fazem as contagens dos pontos, caso nenhum lutador finalize o duelo. 

Os golpes precisam ser a mão aberta e na lateral do rosto. As cenas das lutas ou o resultado podem ser fortes. Os tapas estalam em alto e bom som na face do adversário. Além disso, os nocautes são impressionantes.

Assim como o MMA, a modalidade ainda é muito masculina. Há apenas uma categoria feminina na organização, contudo, algumas já são protagonistas. 

No último ano, o embate entre as atletas Sheena Bathory e Christine Wolmarans, ex-atleta de MMA, impressionou os telespectadores. Ex-judoca húngara, Bathory aguentou um tapa da adversária sem problemas na primeira investida. Na réplica, a lutadora usou toda a sua força e técnica e derrubou a rival de forma avassalara. 

 

Além desse, o embate entre Ron “Wolverine” Bata e Darius "Destruidor" Mata-Verona viralizou nas redes. Os dois faziam a luta principal na noite e disputavam o cinturão da categoria meio-pesado. 

Ron acertou um golpe duro e certeiro no rosto do adversário, que balançou e caiu no chão. Mata-Verona, ficou visivelmente tonto, mas se levantou e queria continuar do combate. No entanto, o árbitro encerrou a luta após avaliação. 

Aqui no Brasil, a modalidade ainda não se destacou. Mas, como representante, o campeão mundial de tapa na cara Zuluzinho. 

Segurança 

Toda essa disponibilidade de receber golpes limpos no rosto e provocar nocautes brutais, levanta questões de seguranças a integridade física do atleta. O UFC e outras organizações de combates, também já foram muito questionadas. No entanto, a Power Slap se muniu de uma série de recursos, como médico, supervisor, assistentes na área de luta para evitar que o lutador bata com a cabeça no chão, paramédicos e ambulâncias. Além de realizações de exames e outras testagens. 

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Segundo Jorge Ulisses, Hunter Campbell, chefe de negócios do UFC e parte do grupo de promoções da companhia norte-americana, foi o responsável por montar o projeto do Power Slap. Um dos argumentos do empresário foi justamente a segurança nas competições. Para ele, ao legalizar o torneio, é possível haver a fiscalização. 

"Apesar de existir há anos, a modalidade de tapa na cara nunca foi regularizada. Por conta disso, Campbell esclareceu que a regulamentação serve justamente para evitar o que ocorre em torneios do esporte, onde normalmente se vê atletas se enfrentando sem equipamentos de proteção e, geralmente, com uma grande diferença de peso. Outro detalhe é que os rounds são decididos pelo sistema de 10 pontos, assim como acontece no MMA e no Boxe profissional", pontuou Jorge Ulisses. 

image Mata-Verona ficou desnorteado após o gol (Reprodução / Power Slap)

Apesar do crescimento nos últimos anos e movimentar muito dinheiro, a modalidade ainda é questionada por parte do público e profissionais da área da saúde. Ulisses concorda que não vê nada esportivo nos torneios de tapa na cara, já que o atleta não pode se defender dos golpes, não há mobilidade e os lutadores têm riscos de sofrerem lesões graves. 

"Na minha opinião, não há nada divertido, não há nada interessante e não há nada esportivo. Eles estão tentando disfarçar uma atividade realmente estúpida para tentar ganhar dinheiro. Pela natureza das regras, que estipulam que os atletas participantes não estão autorizados a defender dos tapas recebidos, você está permitindo uma situação em que os atletas sofram concussões repetidas para entretenimento ao público e vendas de PPV. Na minha opinião não há esporte e sim demonstração de força bruta com alto risco de lesões graves", concluiu. 

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