Hélio dos Anjos critica preparo físico dos jogadores do Paysandu: ‘aqui não é colônia de férias’
Bicola pedeu por 2 a 0 para o Brusque, pela 11ª da Série C. Time saiu do gramado debaixo de vaias da torcida.
O técnico do Paysandu, Hélio dos Anjos, deu uma entrevista reveladora à imprensa após a derrota bicolor de 2 a 0 para o Brusque-SC, no último sábado (1ª), pela 11ª rodada da Série C do Brasileirão. Após a má atuação da equipe, que desceu aos vestiários da Curuzu debaixo de protestos da torcida, o treinador do Lobo fez duras críticas ao departamento de preparação física do clube. Segundo ele, os jogadores vão precisar "sangrar" para terem um bom desempenho até o final do ano.
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"O maior problema é que o time não sustenta o segundo tempo. Eu falo isso porque tenho os números dos atletas durante o jogo. Quando vi aquilo fiquei em choque. Tem grupos de jogadores que correm menos de 20 km por semana. Eu quero que eles cheguem a 32 ou 33 km. Vai doer, vai sangrar, mas tudo vai mudar. Em todos os quesitos para se desenvolver futebol, esse time tá muito abaixo", disse.
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Ainda falando sobre a questão da intensidade física da equipe, o treinador continuou: "No primeiro tempo contra o Brusque, apenas dois jogadores meus correram mais de 5 km. Nos meus times, de 8 a 9 jogadores costumam fazer essa métrica. Eu prefiro sair daqui com terra arrasada, com jogador sem conseguir tirar férias de tão cansado, do que fazer isso daqui uma colônia de férias. A deficiência física desse elenco é clara", completou.
Arrependimento
Questionado se a vinda ao Paysandu teria trazido uma espécie de arrependimento, o treinador disse que tem um remorso por não ter aceitado vir à Curuzu há dois meses. Vale lembrar que o Papão fez proposta por Hélio em abril, mas na época o técnico tinha um pré-contrato com uma equipe da Arábia Saudita.
"Tô arrependido de não ter vindo antes, mas não tive condições. Apesar disso, hoje percebo que se tivesse chegado antes poderia ter resolvido esses problemas. A performance física é a que mais me preocupa. Em todos os esportes os jogadores 'sagram', do ponto de vista de número. Não tenho como trabalhar com um time que só corre 21 km em semana aberta. Temos que elevar isso", disse.
Possível punição
O Paysandu já foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e terá torcida restrita no clássico Re-Pa, pela 13ª rodada da Série C. No entanto, a punição aplicada ao Bicola pode ser ainda maior. Na súmula da derrota de 2 a 0 para o Brusque-SC, pela Terceirona, o árbitro da partida, Rodrigo Batista Raposo, relatou que torcedores que estavam nas arquibancadas atiraram objetos em campo.
Perguntado sobre isso, Hélio dos Anjos lamentou o incidente. Ele disse que compreende a inconformação da torcida, no entanto destacou a série de prejuízos que advertências como essas podem causar ao clube.
"Os torcedores não podem jogar coisas em campo, porque assim seremos punidos e vamos ficar sem eles. Mesmo eles nos xingando, eu prefiro que estejam do meu lado. Não questiono o comportamento do torcedor, mas atirar coisa no gramado deixa o estádio vazio futuramente, com punições. O torcedor precisa entender que, com eles, somos mais fortes", finalizou.
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