CT do Paysandu: com trator parado e clima de abandono, obra permanece com mais dúvidas que respostas
Após quase seis anos, previsões de entrega dos campos não foram cumpridas
Quase seis anos depois, o Paysandu continua sem utilizar o Centro de Treinamento Raul Aguilera. Desde o dia 27 de junho de 2016, quando o clube - ainda na gestão Alberto Maia - anunciou a compra do terreno, no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua, e apresentou o projeto do CT bicolor, lá se vão 2.169 dias e as obras ainda não foram concluídas.
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Aliás, pelas imagens feitas pela equipe de O Liberal na última quinta-feira (2), a ideia é que pouco avanço foi feito nos últimos meses. No final de dezembro de 2018, o atual presidente do clube, Maurício Ettinger, prometera, em entrevista ao próprio O Liberal, a entrega de um campo de treino ainda nas primeiras semanas de 2022 - o que não foi cumprido.
Assim como em uma reportagem feita pela equipe de esportes em janeiro de 2019, os sinais de obras se limitam aos montes de areia e apenas um maquinário, um trator parado no local. Além disso, nenhum trabalhador foi avistado no terreno, que apresenta um clima de abandono.
Indefinição
Em novembro de 2016, o Paysandu realizou um evento em que levou associados e personalidades da história bicolor para conhecer o local, que tem 113 mil metros quadrados. De acordo com uma publicação do próprio clube, as obras tinham sido iniciadas 'com força total'.
No entanto, os trabalhos pararam nos mandatos seguintes e foram retomados apenas em 2019 - sob a gestão de Ricardo Gluck Paul. Já em 2020, a construção do CT ficou parada novamente por meses, por causa da pandemia da Covid-19. Além disso, questões como as dificuldades econômicas e as chuvas do 'inverno amazônico' foram citadas como obstáculos ao longo destes anos.
CONFIRA IMAGENS ATUAIS DO LOCAL
Promessa inicial
A promessa inicial do Paysandu era que o local seria usado para a construção de 'um dos maiores Centros de Treinamento do Brasil, sendo referência na Região Norte do Brasil'. O espaço contaria com cinco campos e mais um meio campo para o treino dos goleiros. Também teria um bloco de apoio com: cozinha, lavanderia e refeitório, além do hotel, estacionamento, vestiário e área de imprensa.
Um dos principais objetivos seria também a formação de jogadores, com a integração das categorias de base. A ideia era que o clube melhorasse a estrutura para o futebol jovem. Dessa forma, o Papão conseguiria lançar seus próprios jogadores ao time principal com maior regularidade.
Valores
O clube anunciou no dia 19 de setembro de 2018 que havia obtido as últimas três licenças emitidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para autorizar o início das obras. Em 2019, o Paysandu afirmou que teve que gastar mais de R$ 27 mil para conseguir as licenças necessárias junto aos órgãos públicos municipais.
"A Licença Provisória custou R$ 3.400,00, o Alvará de Obras R$ 18.085,61 e a Licença de Instalação R$ 6.254,96", revelou o clube em nota oficial.
Ações de marketing
Para superar as adversidades econômicas, o Paysandu chegou a realizar várias ações de marketing, na busca por arrecadar quantias que ajudariam na construção. Uma delas foi a criação da modalidade Sócio CT, além do lançamento de uma vaquinha virtual. O Papão estabeleceu uma meta para arrecadar R$ 1 milhão, para a continuação das obras.
Com isso, a vaquinha virtual foi lançada em junho de 2020 - e ainda está aberta - e chegou a ultrapassar R$ 30 mil nos primeiros dias. Porém, quase dois anos depois, o valor arrecadado ainda é de apenas R$ 36,829,39.
Sem retorno
A equipe de O Liberal entrou em contato com o Paysandu, para falar sobre o andamento da construção do CT. Porém, até o momento, não obteve resposta.
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