Navegantão 'não tem condições de jogo', diz laudo feito em estádio
Visita técnica realizada no estádio municipal aponta série de problemas que o tornam inviável para o futebol
A interdição provisória do estádio Navegantão, em Tucuruí, para a utilização de partidas do Campeonato Paraense, forçou a FPF a remanejar o calendário da competição e um prazo de 10 dias foi dado para uma nova vistoria. De acordo com as condições encontradas pela visita técnica, a permissão para jogos poderia trazer graves prejuízos aos atletas.
Quem garante é o ex-jogador e engenheiro agrônomo Raimundo Mesquita, contratado pela federação para avaliar as condições do Navegantão. Segundo ele, a decisão foi tomada inteiramente por critérios técnicos, sem ingerência externa. “Eu fiquei surpreso com as condições do gramado. Quando chegamos lá, tinha chovido um pouco antes e nós mostramos a situação para a secretária de esportes do município”, explica.
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“O campo estava totalmente enlameado. Eu levei uma prancheta, comecei a escrever e dei o veredito. Não tem condições de jogar no sábado. Meu relatório é esse”, segue. “E eu acho difícil recuperar em 15 dias. A gente andava em campo, nosso tênis afundava. A secretária aceitou, nós falamos com o prefeito e ele ficou de providenciar um trabalho”, detalha.
Mesquita então reportou o fato ao prefeito de Tucuruí, Alexandre Siqueira. “Ele viu o último jogo disputado lá e ficou decepcionado, mas queria uma palavra de um técnico. E fomos até ele explicar a imprudência que seria esse jogo ser realizado”.
O relatório produzido foi encaminhado tanto à Prefeitura de Tucuruí, quanto à FPF. A partir de agora, segundo ele, a decisão sobre os jogos devem ser tomada pelo município e federação, entretanto, como engenheiro agrônomo, Mesquita diz que em casos desta natureza, o ideal a fazer é a troca total do gramado, o que levaria, em linhas normais, cerca de três meses, a contar com o período das chuvas.
“É preciso tirar tudo aquilo e colocar outro. Uma solução paliativa pode até ser feita, mas ainda sim prejudicará os atletas. Um mês também é pouco. É preciso refazer o gramado, resolver o problema da drenagem, que está entupida e não funciona. O trabalho tem que partir do zero. E como estamos na época das chuvas, tudo é mais demorado”, conclui.
Vale lembrar que no início de 2020, dois anos atrás, o estádio passou por uma reforma completa, que incluiu a troca de gramado, pintura, revitalização dos banheiros, arquibancadas. A drenagem do estádio passou a contar com um sistema de filtragem das águas das chuvas, para prevenir os constantes alagamentos durante “Inverno Amazônico”.
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