Slackline é um esporte benéfico para corpo e mente, explica bombeira paraense

De acordo com Helida Palheta, o 'slack' agrega características de outros esportes, como a capoeira, a ioga e o parkour

Dinei Souza
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Recém-inaugurado no município de Ananindeua, o Espaço Radical abre portas aos adeptos dos esportes radicais urbanos para experimentar novas práticas esportivas. Um exemplo é o slackline, popularmente conhecido como "slack", uma modalidade de exercício físico que corresponde a movimentos estáticos ou dinâmicos sobre uma fita flexível, que fica presa em dois pontos fixos, podendo ser até mesmo árvores ou rochas.

A bombeira civil Helida Palheta, 27 anos, descreve de onde veio o interesse pelo esporte que se tornou febre no Brasil e no mundo. “Eu vi numa praça, umas meninas fazendo umas coisas impossíveis. Pensei é possível, eu consigo! Foi bom, estava de lazer e testei, me arrebentei no início, mas estou aqui!”, relembra.

Veja como se pratica slackline

 

Há seis anos se desenvolvendo no ‘slack’, Helida diz como é a rotina de exercícios na fita e os benefícios percebidos para o corpo e para a mente. “Comecei em 2016, mas não é uma coisa assim, todo dia. É quando dá, é um hobby e é muito bom. O 'slack' se agrega em vários outros esportes: capoeira, parkour, ioga... tudo que envolve o corpo. Ele tem concentração e não tem outro lugar para estar que não seja a fita, a luta é se manter lá e a mente precisa estar calma”, conta.

Helida fala de sua percepção da participação feminina na cena paraense. “As meninas são maravilhosas, são brutas, são fortes e a gente tenta trazer tudo com delicadeza. Elas são ativas e dificilmente uma não quer, sempre todas querem porque acham que é fácil e sempre tem uma motivando a outra”, revela.

A praticante de slackline conta que foi por meio deste esporte que teve a chance de conhecer vários estados do país, como Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. “Sim, [o slack] me levou a outros estados, com e sem ajuda. Gostei muito, representei o estado, vibrei com a família e foi maravilhoso”, comenta, com nostalgia.

Confira mais imagens do 'slack'

Slackline Ananindeua Helida Palheta

No Espaço Radical, que é um complexo que agrega a prática de outras modalidades radicais, Helida atua como voluntária para ensinar crianças e curiosos que desejam se aventurar e aprender a se equilibrar na fita. “O objetivo é trazer eles para um mundo de possibilidades do que é o esporte, de, ao sair de casa, saber que eles estão fazendo uma coisa boa. De tirar eles de um grupinho pensando coisas erradas e vir para cá distrair”, observa.

Quando questionada sobre seu sonho na modalidade, Helida abre o coração. “Eu já sou realizada, eu já faço o bem, ajudo o próximo. Gosto muito de estar aqui, de ensinar, também sempre ouço e vou com uma lição para casa”, finaliza.

História do esporte

O slackline surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980. A modalidade apareceu pela primeira vez nos campos do Vale de Yosemite, na Califórnia. Alguns praticantes do montanhismo que estavam acampados no local decidiram utilizar os equipamentos para testar novas vias de escalada e treinar o equilíbrio. O slackline também é conhecido como “corda bamba”.

Principais pontos trabalhados no slackline:

  • Equilíbrio: devido aos diferentes pontos de ancoragem da fita, o exercício estimula a compensação corporal para gerar estabilidade;
  • Força: o slackline auxilia no fortalecimento de articulações dos membros inferiores;
  • Músculo: percebe-se também o desenvolvimentos das musculaturas, principalmente das pernas e do abdômen;
  • Concentração: para pessoas com déficit de atenção, desequilíbrio emocional ou falta de determinação, a prática funciona como um catalisador;
  • Postura: auxilia na distribuição do peso do corpo, contribuindo para uma melhoria da postura e dores no pescoço e nas costas.
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