Mercedes encerra protesto e parabeniza Verstappen, mas pressiona FIA por clareza

A Mercedes reapareceu nas redes sociais após dias de silêncio. Após protestar pelo resultado do GP de Abu Dhabi, a equipe campeã mundial retirou a apelação, mas manteve as duras críticas direcionadas à FIA

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Depois de alguns dias em silêncio completo e desaparecida das redes sociais, a Mercedes reapareceu em um longo comunicado. Nele, a equipe octacampeã mundial de Fórmula 1 lamentou de forma veemente os incidentes ocorridos nas voltas finais do GP de Abu Dhabi, mas decidiu abandonar o protesto sobre o resultado da corrida.

A Mercedes fez questão de enfatizar que perder faz parte do esporte, mas que não gostou da maneira como os incidentes aconteceram em Yas Marina. Nas voltas finais da corrida, a direção de prova, comandanda por Michael Masi, anunciou que os retardatários não poderiam tirar a volta de atraso. Logo depois, a decisão foi revertida e o safety-car imediatamente saiu da pista no início da última volta, causando confusão a diversos pilotos e equipes, permitindo uma briga franca entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, mas que o heptacampeão considerou “manipulado”.

“Deixamos Abu Dhabi descrentes em relação ao que testemunhamos. Claro, perder uma corrida faz parte do jogo, mas é diferente quando você perde a fé nas corridas. Junto com Lewis, deliberamos cuidadosamente sobre como responder aos eventos do encerramento da temporada da Fórmula 1. Sempre fomos guiados pelo amor por este esporte e acreditamos que todas as competições devem ser vencidas por mérito. Na corrida de domingo, muitos sentiram, inclusive nós, que muitas coisas que aconteceram não foram corretas”, disse a Mercedes em nota.

“A razão de termos protestado o resultado da corrida de domingo foi que o regulamento do safety-car foi aplicado de uma maneira nova que afetou o resultado da corrida, depois de Lewis ter sustentado a liderança e, claro, no caminho para vencer o Mundial. Nós apelamos no interesse da justiça esportiva, e, desde então, estamos em um construtivo diálogo com a FIA e a Fórmula 1 para criarmos claridade para o futuro, para que os competidores conheçam as regras sob as quais estão correndo e como elas são aplicadas. Por isso, recebemos bem a decisão da FIA de instalar uma comissão para analisar o que aconteceu em Abu Dhabi e para melhorar a robustez das regas, governança e processo de tomada de decisão na Fórmula 1. Também recebemos bem o fato de eles terem convidado equipes e pilotos para participarem”, seguiu.

“A equipe Mercedes-AMG Petronas vai trabalhar ativamente com esta comissão pra construir uma Fórmula 1 melhor – para todas as equipes e todos os fãs que amam este esporte tanto quanto nós amamos. Vamos responsabilizar a FIA por este processo e, por meio deste, retiramos nosso recurso”, completa.

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O comunicado ainda fez questão de exaltar todos os envolvidos na briga pelo título mundial, inclusive o novo campeão Verstappen. O holandês foi parabenizado pelo time rival, que reconheceu o talento e as intensas batalhas dentro da pista. Ainda houve também um espaço para despejar elogios a Hamilton, que ficou com o vice.

“A Max Verstappen e a Red Bull Racing: nós gostaríamos de expressas nosso sincero respeito pelas suas conquistas neste ano. Você fez desta uma luta pelo campeonato verdadeiramente épica. Max, parabenizamos você e toda sua equipe. Estamos ansiosos para lutar com você na pista na próxima temporada”, escreveu a Mercedes.

“Por último, mesmo que o Mundial de Pilotos não tenha terminado como esperávamos, não poderíamos estar mais orgulhosos da nossa equipe. Lewis, você é o maior piloto da história da Fórmula 1 e você guiou com o coração em cada volta desta incrível temporada. Você é um esportista impecável dentro e fora da pista e entregou uma performance perfeita. Como puro competidor e como um modelo para milhões de pessoas ao redor do mundo, nós o cumprimentamos”, afirmou.

Nesta quarta-feira (15), a FIA divulgou o começo de uma análise profunda sobre o que aconteceu no fim da corrida, com a indecisão para definir se os retardatários poderiam ou não recuperar a volta durante a presença do safety-car e, depois disso, a permissão apenas para aqueles que estavam entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. A decisão veio na reunião do Conselho Mundial de Automobilismo.

No comunicado à parte descrito no original, a FIA elogiou a “temporada de excelência competitiva”, dando crédito “para os pilotos e equipes participantes”, dando elogios a Max Verstappen pela vitória e pelo título e a Lewis Hamilton “por seu notável desempenho e espírito esportivo após o evento de encerramento da temporada”.

A partir de então, a nota passa a falar da reação da comunidade da F1 e do automobilismo, bem como do público, indo direto ao caso a partir da volta 53. “As circunstâncias que envolveram o uso do safety-car após o incidente com Nicholas Latifi e as comunicações relacionadas entre a equipe de direção de corrida da FIA e as equipes de F1 geraram incompreensões e reações significativas das equipes de F1, pilotos e fãs, um argumento que está manchando a imagem do Campeonato e a devida comemoração do primeiro título do Mundial de Pilotos conquistado por Max Verstappen e do oitavo título consecutivo do Campeonato Mundial de Construtores conquistado pela Mercedes”, disse o comunicado da FIA.

Na sequência, a FIA informa a proposta de Jean Todt de análise minuciosa dos acontecimentos. “Este assunto será discutido e tratado com todas as equipes e pilotos para tirar lições desta situação e clareza a ser fornecida aos participantes, mídia e fãs sobre os regulamentos atuais para preservar a natureza competitiva do nosso esporte e, ao mesmo tempo, garantir a segurança de pilotos e funcionários. Não é apenas a Fórmula 1 que pode se beneficiar desta análise, mas também, de maneira mais geral, todos os outros campeonatos da FIA”, acrescentou a nota.

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