Campeão brasileiro de jiu-jitsu absoluto, paraense relata dificuldades para conseguir patrocínios
Adriano Silva ainda conquistou o bronze na categoria máster em sua primeira participação no Campeonato Brasileiro da modalidade
Não é novidade que o Pará é berço de inúmeros talentos nas artes marciais. Cada vez mais atletas têm se destacado no cenário nacional. No entanto, algumas pessoas acabam esbarrando em uma barreira ainda que pode ser decisiva na carreira: a falta de patrocínios. Este é o caso de Adriano Silva, campeão brasileiro na categoria absoluto da faixa azul e o bronze na master.
O paraense disputou, no último mês, o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu em São Paulo. Esta foi a primeira vez que Adriano disputou uma competição a nível nacional e, já na estreia, conquistou as duas medalhas.
Apesar do sucesso na competição, a ida do atleta quase foi barrada pela falta de recursos. Ele teve que custear toda a viagem, alimentação e hospedagem no torneio. “É difícil achar pessoas que queiram ajudar, que queiram colocar a sua marca no meu kimono”, relatou.
Adriano ainda contou que é muito difícil conseguir conciliar os treinos com o trabalho fora dos tatames, já que, cada vez mais, os treinos estão mais fortes e cansativos.
“A minha maior dificuldade é encontrar condições financeiras para estar nos treinos. Porque, se eu pudesse, eu viveria treinando, mas eu não posso porque eu tenho boletos e outras responsabilidades financeiras, tem os meus filhos. Então é muito complicado. Eu tenho que dar conta do meu trabalho e dos treinos de alto rendimento, é cansativo, puxado. Então, se eu tivesse um bom patrocínio, treinava mais”, declarou o paraense.
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A história do lutador com o jiu-jitsu começou há pouco mais de três anos. Adriano foi instigado por um amigo e pela professora que dava aula em centro de treinamentos próximo a sua casa. Depois de muita insistência, o paraense começou a praticar o esporte. Além disso, a arte suave ainda o ajudou no processo de cura de uma depressão.
“Esse esporte me trouxe de volta a vida, me deu mais ânimo para realizar tudo. Eu tenho 32 anos e passei por situações que o jiu-jitsu foi, sem sombra de dúvidas, o responsável por me trazer de volta, por me tirar de condições de total desânimo. É por meio desse esporte que eu consigo muitas coisas e conquistar o que eu nem imaginava, como essa competição”, declarou o atleta.
Adriano é graduado na faixa azul do jiu-jitsu. Em São Paulo, ele perdeu na semifinal do master por um erro. Mas na disputa do bronze e do absoluto, o paraense foi com toda garra e vontade para conquistar as medalhas.
“Essa conquista foi muito importante, não só para mim, mas para toda a equipe. Eu percebi que depois disso, tem mais pessoas querendo treinar para tentar galgar uma competição como essa, neste ou no próximo ano”, concluiu Adriano Silva.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
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