Antes de luta no UFC, paraense fala de parceria com o OnlyFans: 'Mais difícil para a mulher'

Polyana Viana, que é natural de São Geraldo do Araguaia, sudeste do Pará, enfrenta a manauara Jaqueline Amorim no UFC neste sábado (26)

Aila Beatriz Inete e Fábio Will

A lutadora paraense Polyana Viana tem quase um milhão de seguidores no Instagram. Em seu perfil, a atleta compartilha momentos do dia a dia, treinos e seu gosto por animes. No último ano, Polyana também manteve uma parceria com a plataforma OnlyFans, onde atuava como embaixadora da rede, voltada à produção de conteúdos exclusivos para fãs.

Em entrevista ao Núcleo de Esportes de O Liberal, a lutadora, que tem um combate marcado para este sábado (26), no UFC Kansas City, contra Jaqueline Amorim, falou sobre o trabalho na plataforma, o uso das redes sociais e o duelo contra a conterrânea.

“O OnlyFans tem buscado muitas parcerias com atletas, justamente para mudar essa imagem negativa que muita gente ainda tem. O OnlyFans é uma plataforma de vídeo, imagem para fãs. Inclusive, Charles do Bronx e outros atletas brasileiros também têm parceria com eles”, explicou.

Nos últimos anos, a rede social ganhou destaque pela divulgação de conteúdos adultos. No entanto, a empresa tem trabalhado para desvincular essa imagem, reforçando o propósito original da plataforma, que era o de oferecer conteúdo exclusivo de artistas para seus fãs.

Apesar disso, mesmo com outros atletas – incluindo homens – ingressando na plataforma, Polyana afirmou que sofreu ataques por conta de sua participação.

"Acredito que seja muito mais difícil para a mulher do que para o homem. Acompanhando os comentários nas redes, quando um homem fecha parceria com o OnlyFans, as pessoas dizem: ‘Nossa, que legal, tem que fazer dinheiro’. Quando é uma mulher, os caras caem em cima: ‘Você é uma p*ta, vai mostrar as partes’. Acho que tem muito machismo, até por parte de quem se diz fã. Já recebi mensagens de pessoas que se diziam minhas fãs, me xingando só por eu ser embaixadora do OnlyFans, sem nem  entrar na plataforma, que é de graça, a gente não cobra nada, para ver o título de conteúdo", relatou a paraense. 

Segundo a atleta, com a parceria, ela e outros lutadores publicam conteúdos como rotina de treinos, alimentação e atividades do dia a dia de um esportista.

“Foi uma parceria muito boa, que me deu um bom dinheiro. Mas os fãs, por eu ser mulher, não entendem. Quando é um homem, eles passam pano e pronto”, completou Polyana.

A lutadora afirmou que sempre foi muito ativa nas redes sociais, mas que, nos últimos meses, reduziu o ritmo e até perdeu alguns seguidores por isso, por conta da rotina. Apesar de já ter recebido muitos comentários negativos, ela disse que não se deixa abalar mais por isso.

“Antigamente, isso mexia muito comigo. Se alguém me xingava, eu xingava de volta. Hoje em dia, eu respondo os fãs que me elogiam, que me colocam para cima, faço questão. Mas se alguém me xinga, nem faço questão de bloquear. Principalmente nos comentários, nem leio, porque hoje minha vida está muito corrida. Meu filho está morando comigo em Las Vegas, então tenho muita coisa para resolver”, contou.

Luta

Sem sentir a pressão das redes sociais, Polyana volta ao octógono do UFC após pouco mais de um ano. Seu último combate havia sido em janeiro de 2024, quando perdeu para a canadense Gillian Robertson. Na entrevista, revelou que enfrentou lesões e precisou se afastar para uma recuperação completa. Agora, contra a manauara Jaqueline Amorim, Viana espera deixar as duas últimas derrotas para trás e voltar a vencer.

“Tive mais tempo para treinar. Treinei tudo o que errei nas duas últimas lutas que perdi. Então, estou preparadíssima. Ela [Jaqueline] não é a primeira brasileira com quem luto, gosto muito dela como pessoa, mas isso aqui é trabalho. Uma hora ou outra a gente ia ter que se enfrentar”, disse.

Jaqueline tem um jogo de chão muito forte, sete das suas nove vitórias foram por finalização. O estilo da adversária, no entanto, não preocupa Polyana, que também tem um jiu-jitsu afiado e aposta na trocação como diferencial para decidir a luta.

“Estou em constante evolução. No início da minha carreira, acreditava firmemente que o jiu-jitsu seria suficiente para ganhar lutas — e acabei quebrando a cara várias vezes, porque aceitava muita queda, fazia um jogo errado, confiando demais em uma só modalidade. Mas a gente luta MMA, e uma única modalidade não salva ninguém. Hoje em dia, penso diferente: treino MMA completo. Sou praticamente uma lutadora completa”, analisou.

Polyana tem 32 anos, 12 vitórias e sete derrotas na carreira. Está no UFC há sete anos e ainda busca alcançar o topo da categoria peso-palha. Amorim está em ascensão na organização, com três triunfos seguidos. Ao todo, são nove resultados positivos para a manaura e um revés.  Além do duelo entre brasileiras, o UFC Kansas City também terá o paraense Michel Pereira enfrentando o russo Abus Magomedov. A luta principal será entre Ian Garry e o brasileiro Carlos Prestes, na categoria dos meio-médios. O evento começa às 19h.

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