Além do esporte: Beach Tennis resgata autoestima de atletas e socializa famílias

Prática esportiva cada vez mais festejada em solo paraense reúne praticantes de todos os perfis, até mesmo aqueles que encontram as dificuldades mais básicas, como a própria locomoção

Luiz Guilherme Ramos
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Com a ascensão do Beach Tennis, muitos locais na capital paraense passaram a oferecer espaços para a prática esportiva, que tem crescido não só no número de escolas, mas principalmente de praticantes, que hoje enxergam no esporte uma fonte de cuidado físico e socialização. Como todo esporte, o beach tennis hoje é uma fonte de saúde para muito gente, incluindo aquelas que passam pelas situações mais adversas.

Depois de machucar a perna em um acidente aéreo, o empresário Roberto Tuelho, 52, conta que redescobriu o gosto pelas atividades físicas ao descobrir o esporte. Desde pequeno a grande paixão dele é praticar atividades físicas, gosto que lhe levou ao tênis, tiro prático, paraquedismo, remo, kitesurf, corrida, pesca esportiva e, de cinco anos para cá, ao beach tennis.

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“Eu nasci dentro do esporte. Sempre estive envolvido desde muito novo. Em 2013 eu sofri um acidente de avião, um acidente que todo impacto foi em cima da minha perna esquerda. Fiquei com uma lesão muito difícil e o pé totalmente inviável para qualquer atividade, inclusive as mais básicas, como andar. Ai, inspirado num paratleta que vi na TV, fiz um projeto para amputar aquele pé que não servia, colocar uma prótese para fazer os esportes que gosto, já que eu não podia fazer nada por conta da dor”, lembra. 

Roberto conta que as dificuldades de locomoção o impediam de praticar qualquer esporte. E para alguém com tanta intimidade, seria difícil “aposentar” de uma hora para outra. A solução foi ajustar a prática às novas necessidades. “Em 2016 eu fiz a amputação, com vários profissionais me acompanhando, um processo de reabilitação bem programado e o que eu coloquei como vitória foi fazer todas as atividades com a prótese. Mapeei todas essas modalidades e a partir do terceiro mês eu comecei a fazer as atividades com mais regularidade e voltei a fazer tudo”, conta. 

Hoje Roberto é paratleta da Assembléia Paraense, disputa campeonatos Brasil afora e leva uma vida normal, mesmo com tantos percalços. “Ainda fui diagnosticado com uma doença autoimune degenerativa, que me limitou alguns movimentos e me impediu de jogar tênis. O beach tennis entrou exatamente ai”, revela. 

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Beach Tennis 

O beach tennis foi criado em meados de 1987 na província de Ravennana, na Itália. A profissionalização, no entanto, veio apenas em 1996. O esporte é uma mistura de vôlei, tênis e frescobol. As quadras são de 16 metros de comprimento, divididas por uma rede de 1,7 metro de altura. O esporte pode ser praticado em duplas ou individualmente.

O objetivo do jogo é devolver a bola para o campo adversário, sem fazer com que ela toque no chão, assim como no vôlei. No entanto, no beach tennis a contagem dos pontos é igual a do tênis. Ou seja, o primeiro ponto vale 15, o segundo vale 30, o terceiro 40 e o quarto ponto é o “game”. Quem conquistar 6 games primeiro, vence o set.

roberto tuelho

As nuances do esporte foram decisivas para a escolha de Roberto. A nova condição física o fez descobrir muito mais que um esporte, mas sim um estilo de vida. “Nele eu adaptei essa nova condição, e os movimentos são mais curtos, a raquete mais leve, foi minha redenção, voltei a atividades, pude competir, ter mais uma atividade que vai além da esportiva, pois tem uma sociabilidade muito grande, não tem limite de idade. No beach tennis ele ganhou um boom depois da pandemia”, descreve. 

Roberto usa uma prótese na perna e precisou adaptar o novo acessório permanente à modalidade. Hoje ele diz que está perfeitamente acostumado. “Minha prótese é um equipamento de esporte. Então ele tem essa característica, é um pé esportivo. Eu consigo me deslocar bem com a adaptação que fiz. Não tenho panturrilha, então preciso desse equipamento que me permite praticar qualquer esporte. Eu sou um paratleta que jogo Beach Tennis de igual para igual. Uma das coisas que eu provoco é que qualquer um pode jogar”.

Aos 52 anos e inteiramente disposto, Roberto resume sua jornada em muita força de vontade, paixão pelo esporte e uma nova modalidade que dá sentido à sua vida. “Todas as pessoas passam por dificuldades e são elas que decidem para onde você vai. Eu me inspiro em outras pessoas que se superaram, além de fazer o meu papel através do exemplo. Todo mundo tem um pé podre e a partir de cada inspiração a gente vai dando sentido à vida. Por ter uma certa facilidade, O beach tennis hoje é o meu esporte, uma atividade e uma diversão”, encerra. 

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