Lucão e Leal anunciam aposentadoria da seleção de vôlei; destino de Bruninho é incerto
Principais nomes da equipe brasileira se despediram após eliminação nas Olimpíadas de Paris 2024
A campanha da seleção brasileira masculina de vôlei nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 chegou ao fim de forma precoce e com um sabor amargo. Após a derrota para os Estados Unidos nas quartas de final, nesta segunda-feira (5), dois dos principais nomes da equipe, Yoandy Leal e Lucão, anunciaram suas aposentadorias da seleção. Já o levantador Bruninho deixou no ar a possibilidade de encerrar sua trajetória com a camisa amarela.
A eliminação nas quartas de final de Paris-2024 representa a pior campanha da seleção brasileira desde Munique-1972. A equipe, que chegou a ser considerada uma das favoritas ao ouro, não conseguiu superar as dificuldades e acabou sem medalha. Essa é a primeira vez que a SMV fica fora da final olímpica desde Sydney-2000.
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Despedida de Leal
Em texto de despedida publicado nas redes sociais, Leal relembrou o processo de naturalização e também a recente perda em Paris. O jogador de 35 anos, nascido em Havana, Cuba, conseguiu a cidadania brasileira em 2019, quando começou a ser convocado para a Seleção.
Emocionado, Leal agradeceu a oportunidade de defender o país que escolheu. "Quero começar dizendo que amo o Brasil. Escolhi esse país para vestir a camisa e fiz isso com amor e muita dedicação desde 2019. Sabia da responsabilidade que tinha e assumi isso", disse.
"Infelizmente não deu pra ajudar a conseguir essa medalha para o Brasil. Saio de cabeça erguida porque sei que me entreguei por inteiro.
Nesse período com a camisa do Brasil, tivemos títulos, medalhas importantes e vivemos ótimos momentos! Fui muito feliz! Obrigado, seleção brasileira!", finalizou.
Aposentadoria de Lucão
Lucão, bicampeão olímpico em 2012 e 2016, também optou por encerrar sua trajetória na seleção. Aos 38 anos, o central anunciou sua aposentadoria logo após a derrota para os Estados Unidos. Em justificativa, o atleta disse que busca mais tempo para se dedicar à família.
"São 19 anos sem férias, oito anos sem participar de um aniversário do meu filho, sem estar presente em casa. Tem uma geração nova chegando com força e que vai ter que ralar bastante. Infelizmente, eles pegaram o voleibol com o maior nível de igualdade de todos os tempos. A gente vai torcer bastante, vai acompanhar bastante, o que puder ajudar, a gente vai ajudar", afirmou o jogador.
Destino de Bruninho
Bruninho, filho do técnico Bernardinho, não confirmou oficialmente a aposentadoria, mas deu a entender que esta pode ter sido sua última partida com a camisa da seleção. O levantador lamentou a derrota e a eliminação precoce, mas reconheceu que um novo ciclo se inicia para o vôlei brasileiro.
"Muito provavelmente (último jogo pela seleção). Olha, eu fiz, eu dei tudo o que eu podia. Talvez, agora não era mais o suficiente pra chegar a uma medalha", admitiu. "Três medalhas olímpicas, quatro medalhas em mundial. Dei tudo pra seleção. Dei tudo para os fãs. Não tem muito o que reclamar, sabe? Então, eu acho que eu fico muito chateado, muito triste. Eu queria poder estar em uma final olímpica, conquistar outra medalha, mas eu reconheci que hoje tem outras seleções na nossa frente", concluiu.
Em um texto publicado nas redes sociais, o jogador reforçou suas vitórias e agradeceu a seleção. "Todos esses anos 18 anos, o meu maior orgulho sempre foi vestir essa camiseta e representar o meu país. Nem nos meus melhores sonhos imaginei poder disputar 5 Olimpíadas, conquistar 3 medalhas olímpicas, e todos os títulos possíveis pela seleção", escreveu.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com)
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