Jogo entre Paysandu e América-MG na Série B tem substituição por concussão; entenda o protocolo
Clube mineiro realizou seis mudanças, mas, uma delas obedeceu ao protocolo de concussão
Durante o jogo entre Paysandu e América-MG, na última terça-feira (4), na Curuzu, válido pela oitava rodada da Série B, uma substituição por concussão foi realizada. O protocolo permitiu que o Coelho fizesse a mudança sem perder uma das cinco trocas de jogadores permitidas nos jogos.
De acordo o relato na súmula do jogo, no final do primeiro tempo, o meia Alê precisou ser substituído após bater a cabeça em uma disputa de bola. O médico do time, Alexander Felipe, avaliou o jogador em campo e solicitou um procedimento de substituição por concussão cerebral.
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"Informo que aos 42 minutos do 1º tempo o médico Sr. Alexander Felipe de Vete Lima, da equipe visitante (América Futebol Clube), solicitou um procedimento de substituição por concussão cerebral", relatou o árbitro.
Alê foi substituído por Felipe Amaral e a substituição não diminuiu o número de mudanças que o clube poderia fazer durante o jogo, já que o protocolo prevê que em casos de concussão o time do jogador afetado tenha uma troca "extra". O objetivo principal é resguardar os atletas, sem ocasionar em perdas para a equipe.
No final, o América-MG fez seis substituição, cinco já previstas e uma a mais por conta do protocolo. Apesar do susto, conforme informações do treinador do Coelho, Cauan de Almeida, Alê está bem. O meia foi encaminhado para o hospital para a realização de exames.
"Está tudo bem. Ele foi para o hospital, mas, segundo as informações do departamento médico, da direção, ele está bem, só fazendo os exames normais", disso o técnico após o jogo.
O que é o protocolo por concussão?
O protocolo passou a ser utilizado na temporada de 2024 no futebol brasileiro. O processo é válido para situações em que jogadores se envolvem uma colisão de cabeça. Assim, a equipe afetada, que normalmente tem direito a cinco substituições, recebe o direito a mais uma troca .
Para isso, o médico do time deve analisar as condições do jogador e informar o árbitro, solicitando, assim, a substituição por concussão. Além disso, o profissional do clube deve entregar um cartão vermelho à arbitragem como prova da ativação do protocolo. No final do jogo, o objeto é devolvido e um questionário com os detalhes dos sintomas identificados no jogador deve ser preenchido e enviado à Comissão Médica da CBF, bem como o relatório de desenvolvimento do quadro do atleta.
Em quais competições o protocolo é usado?
No Brasil, a novidade é aplicada nos jogos da Série A e B do Campeonato Brasileiro. Inclusive, o Brasileirão foi o primeiro campeonato nacional de clubes a adotar a medida. A Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro Feminino também terão o protocolo.
Competições da FIFA com as Eliminatórias para a Copa do Mundo Masculina de 2026 e a Copa do Mundo Feminina de 2023 já utilizaram a novidade. A Conmebol também informou que a Copa América adotará a medida e utilizará o cartão rosa. A partir do dia 1º de julho, a FIFA tornará a ação obrigatória.
Pode reverter a decisão e quantas vezes é possível acionar?
A partir do momento em que o médico da equipe afetada solicita a substituição e o cartão vermelho é entregue a arbitraram, o clube não pode voltar atrás da decisão e o jogador será substituído. A decisão de baseia no momento em que o profissional da saúde avalia o atleta, que precisa ser encaminhado para realizar os exames necessários para garantir a integridade física do atleta.
Além disso, não é possível usar o cartão vermelho da substituição mais de uma vez durante uma partida.
O que é concussão?
A concussão é uma alteração no cérebro causada por um traumatismo craniano, podendo ser leve ou grave. A vítima pode sentir náuseas, tontura, visão dupla, confusão temporária, dor de cabeça e perder a consciência. Por isso, a pessoa afetada deve ser levada ao hospital ou receber atendimento médico para diagnosticar e realizar os procedimentos corretos de tratamento.
Por conta da gravidade da situação, a CBF aderiu à medida visando dar mais segurança para os jogadores, já que um jogo de futebol possui lances de cabeça que podem provocar choques parecidos com o lance na partida entre o Paysandu e o América-MG.
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