Após postura agressiva de Jean Carlos, árbitra fala sobre o caso: 'Não cabe mais no meio do futebol'
Deborah Cecília, que foi a primeira mulher a apitar uma final do Campeonato Pernambucano, relatou que sofreu tentativa de agressão por parte do jogador e disse que espera que ele seja punido
A árbitra Deborah Cecília relatou que sofreu uma tentativa de agressão por parte do meia Jean Carlos, do Náutico, quando apitava a final do Campeonato Pernambucano, no último domingo, 1°, entre o Timbu e o Retrô. Em entrevista ao GE nacional, a juíza falou sobre o episódio e disse que espera que o jogador seja punido.
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“Isso não cabe mais no meio do futebol, seja com homem ou mulher. Espero que tenha uma punição. Não pode perder a cabeça e partir para cima de pessoas. Isso não pode passar impune. Não pode passar a mão por cima disso”, declarou a árbitra.
Após dar uma cotovelada em Yuri Bigode, do Retrô, o VAR interviu na marcação e com a análise do lance, a árbitra expulsou o jogador, que partiu para cima dela. Jean Carlos foi contido por atletas do time e pela arbitragem.
“E se as pessoas que estão envolvidas ali, os jogadores da outra equipe, e até os próprios companheiros e a arbitragem, não entram, eu com certeza teria sido peitada e agredida sim. A gente não pode perder a cabeça e partir para cima de qualquer pessoa. No mínimo, respeito. Em qualquer profissão e qualquer gênero”, relatou Deborah.
Após a repercussão, Jean Carlos publicou um vídeo nas redes sociais, pediu desculpas a Deborah e disse que “jamais encostaria a mão em uma mulher”.
O jogador pode ser denunciado ao TJD por meio do que foi descrito na súmula do jogo. Contudo, até agora, não houve nenhuma denúncia.
Agressões contra mulheres no futebol
Recentemente, outro caso de agressão contra árbitra repercutiu. O ex- técnico do Desportiva-ES Rafael Soriano agrediu a bandeirinha Marcielly Netto, após não concordar com o fim do primeiro tempo decretado pelo árbitro Arthur Gomes. Soriano deu uma cabeçada na assistente.
Apesar do episódio lamentável, Deborah afirmou que não irá deixar de seguir na carreira e se sente orgulhosa pela representatividade em ter sido a primeira mulher a apitar uma final do Campeonato Pernambucano.
“Deixei meu nome escrito para que outras também possam vir a fazer história também. Provei de fato que a gente também tem capacidade de apitar, seja qualquer jogo, e de exercer qualquer função que o homem exerça”, finalizou a árbitra.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
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