Família Re-Pa: mãe e filho conservam a rivalidade dentro de casa ao assistir jogos pela TV
A pandemia impede que o filho vá para o estádio torcer pelo Remo. E a mãe, torcedora do Paysandu, precisa controlar os 'nervos' em casa
O amor entre mãe e filho é algo único que ninguém pode explicar, mas algo pode dividir essa relação: Clube do Remo e Paysandu. O estudante Gabriel Campos, 27 anos, é torcedor fanático do Leão, já sua mãe Ester Almeida, é apaixonada pelo Papão.
Neste sábado (3), a casa estará divida já que a dupla Re-Pa se enfrentará no estádio do Mangueirão, às 19h, pela nona rodada da série C, última rodada do primeiro turno.
E considerando o contexto da pandemia, mãe e filho precisarão se afastar da reunião com as irmãs e do estádio e vão reunir na frente da televisão para torcer por seus clubes do coração com direito a petiscos e bebidas.
Família
Gabriel passou a frequentar o estádio por influência de seu tio Osvaldo, falecido recentemente, que era o responsável por levá-lo aos jogos, o que criou um vínculo forte entre os dois, além de um forte sentimento de remismo em Gabriel.
Já sua mãe, Ester Almeida, sempre foi fiel torcedora bicolor e tem forte influência no restante da família, marido, carioca, e os dois filhos mais novos se declaram torcedores do time alviazul. Uma forte tradição da família dela é se reunir com as irmãs para assistir aos jogos do Paysandu, com petiscos e bebidas.
"A minha relação com o Paysandu começou desde bem criança por influência do meu irmão mais velho, o Augusto, ele foi jogador do Paysandu acho que na categoria Juniors. Ele nos levava para o estádio para assistir os jogos do Paysandu. Ele era um torcedor fanático, todos os dias ele usava uma camisa do Paysandu que era a segunda pele dele e ele passou a paixão que ele tinha pelo Paysandu pra mim. E olha que o meu pai era remista e a minha mãe é remista fanática. É foi assim que nasceu minha paixão pelo Papão da Curuzu", afirmou Ester.
A princípio ela não gostava muito do filho mais velho assistindo do maior rival, mas como era na companhia de Osvaldo, irmão mais velho e quase um pai para Ester, ela relevava.
Com mais idade, Gabriel passou a ir para o estádio por conta própria e o seu amor pelo Remo só cresceu, sendo ele um dos membros fundadores de uma torcida organizada do clube (Camisa 33), participou como conselheiro por alguns anos, sempre que possível ia aos jogos no interior com amigos e membros da torcida. "Nasci no Rio de Janeiro, igual meu pai, que por influência da minha mãe torce pro Paysandu. Vim para Belém com três anos, foi quando meu tio começou a me levar para os jogos e por essa influência me tornei remista, apesar da minha mãe e pai serem Paysandu. Quando meu tio Paysandu voltou pra Belém e tentou me levar pra jogos, eu já era remista de fato e não mudei mais, apesar de ter sido levado na comemoração do Brasileiro de 2001. Meu tio me levou pra diversas campanhas, como a Série B de 2003 e a Série C de 2005, a partir da queda de 2007 ele se afastou mais dos jogos e com o Parkinson raramente voltou. Seu último jogo foi em 2012", explicou Gabriel.
Um detalhe de amor
Nazaré Almeida, mãe da Ester e avó do Gabriel, tem Alzheimer há 10 anos e nunca esqueceu o amor que sente pelo Clube do Remo. Gabriel conta que Nazaré sempre responde quando perguntada por qual time torce "Eu sou remista. Eu sou Remo!"
Todos os lances do clássico Rei da Amazônia você pode acompanhar em OLiberal.com.
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