Do surfe à Fórmula 1, Léo Batista marcou gerações com sua voz

Léo Batista emprestou sua voz marcante a momentos históricos do esporte na televisão brasileira

O Liberal
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Mais do que uma figura emblemática do futebol, Léo Batista foi um desbravador do jornalismo esportivo no Brasil, levando sua voz inconfundível a momentos históricos que moldaram a forma como o público consome esporte na televisão. Com uma carreira que atravessou 76 anos, Léo deixou sua marca em modalidades como boxe, Fórmula 1, surfe e, claro, nas Olimpíadas.

Em 1972, nas Olimpíadas de Munique, Léo Batista foi âncora da primeira cobertura ao vivo dos Jogos Olímpicos via satélite pela TV Globo. De Madri, ele e a equipe produziram boletins diários que introduziram ao público brasileiro esportes pouco conhecidos, como ginástica artística e atletismo. Ao mesmo tempo, Léo teve a difícil missão de narrar os eventos trágicos do atentado terrorista que marcou a competição.

“As Olimpíadas de Munique mudaram a ideia de esporte no Brasil. Foi uma oportunidade para apresentar outras modalidades além do futebol”, lembrou Myriam de Lamare, produtora da cobertura.

Munique foi apenas o começo: ao todo, Léo participou de 13 edições dos Jogos Olímpicos, consolidando-se como uma das principais vozes do evento no país.

Nos anos 1970, Léo foi o primeiro narrador de Fórmula 1 da Globo. Sem tecnologia avançada, ele criou métodos inovadores, como o uso de ímãs em uma prancheta para acompanhar as posições dos pilotos durante as corridas. Mais tarde, seria responsável por noticiar o trágico falecimento de Ayrton Senna, em 1994, um dos momentos mais difíceis de sua carreira.

“Eu participei de muitos momentos importantes: o suicídio de Getúlio Vargas, a morte de Senna e o desastre de Lady Di. Minha voz esteve presente em acontecimentos que marcaram o Brasil e o mundo”, refletiu Léo.

Em 1979, Léo tornou-se a primeira voz do surfe na TV brasileira, narrando competições no Esporte Espetacular. Com a ajuda do surfista Rico de Souza, ele aprendeu a linguagem do esporte e a traduziu para o público. Sua dedicação era tamanha que, mesmo destoando do perfil dos jovens surfistas da época, incorporava o espírito da modalidade em suas transmissões.

Além disso, sua versatilidade o levou a narrar eventos inusitados, como competições de cuspe à distância e demolição de carros. “Eu narrava de tudo, sempre buscando trazer emoção e informação, não importa o quão simples fosse o evento”, lembrou Léo em entrevistas.

Legado inesquecível

Mais do que um narrador, Léo Batista foi um contador de histórias que marcou gerações com sua voz e profissionalismo. Seu pioneirismo e capacidade de se adaptar a diferentes esportes e formatos o tornaram um ícone eterno do jornalismo esportivo no Brasil.

“Ele foi um desbravador. Não havia regras ou modelos, ele criava o caminho”, destacou Tadeu Schmidt, seu sucessor no Fantástico.

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