Ciclistas paraenses chegam ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida após percorrerem mais de 3 mil km
O trio de atletas saiu de São João de Pirabas no dia 1º de setembro com destino ao templo religioso para agradecer à santa da igreja católica pelas graças alcançadas
Os ciclistas paraenses que saíram de São João de Pirabas, no Pará, até o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, chegaram ao destino após percorrerem mais de 3 mil quilômetros pedalando pelas estradas do Brasil. Movidos pela devoção à santa conhecida como a Padroeira do Brasil, Vitor Souza, de 46 anos, Justino Silva, de 40 anos e Ruvanildo Oliveira, de 32 anos, viveram uma nova experiência com a viagem que durou 20 dias. Em entrevista ao OLiberal, Vitor Souza e Ruvanildo Silva falam sobre os desafios enfrentados e a felicidade com a chegada ao Santuário.
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Os três devotos que já planejavam a romaria antes da pandemia da covid-19, finalmente atingiram o seu objetivo e chegaram até a catedral na noite de quarta-feira (21). Ruvanildo diz que se sentiu motivado pela fé do início ao fim.
“É gratificante. Saímos daqui com aquele objetivo de chegar e concluir. A gente conseguiu. Senti que tivemos ajuda de Nossa Senhora e de Deus. Se não fossem eles, não conseguiríamos. Eu acredito que foi ajuda espiritual. Senti a presença em todo o trajeto e durante toda a dificuldade."
O romeiro enfrentou obstáculos no início da viagem com o surgimento de dores no joelho, mas seguiu adiante em busca do sonho e recebendo ajuda de pessoas pelos estados onde ele e os dois amigos de pedaladas passavam. “A gente foi bem recepcionado. Fomos recebidos por um casal que nos levou para a casa deles e nos alimentou. Teve uma outra cidade, também, onde nos deram hospedagem e alimentação."
Ciclista soube da morte da avó na estrada
Os obstáculos foram muitos. Durante a pedalada pelas estradas do estado de Minas Gerais, Ruvanildo foi avisado da morte da avó. Naquele momento, o devoto lembra que pensou em desistir de continuar até São Paulo. Com o apoio da família e mensagens positivas dos amigos e de um peregrino que encontrou na cidade, o ciclista seguiu, pensando na felicidade que a avó estava sentindo em saber que ele iria realizar um grande sonho.
Mesmo com muitos obstáculos pelas estradas, com o sol intenso de 40ºC em alguns lugares, Vitor Souza diz que é maravilhosa a sensação de ter concluído a romaria. Segundo o atleta, após passar por várias dificuldades nos últimos 3 anos, hoje se vê extremamente grato a Nossa Senhora por tudo e pela força para concluir seu sonho.
Pneus furados atrasaram a chegada
No dia 21 de setembro, faltando pouco para concluir o percurso, os atletas começaram a ter dificuldades com os pneus das bicicletas, que começaram a furar em alguns trechos por onde percorriam. Mesmo após a troca dos acessórios, novamente, os pneus furaram, o que atrasou a chegada ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, que acabou acontecendo por volta das 19 horas . “Fazer um percurso desse com certeza tinha Deus me dando força”, afirma.
Na volta, partindo de ônibus de São Paulo para a cidade natal, os ciclistas foram surpreendidos pela família e amigos que os esperavam na entrada da cidade e comemoraram, junto com os romeiros, a conclusão do trajeto. “Essa vitória não era só nossa, mas deles também, que diziam palavras de incentivo todos os dias”, conta.
Após a longa viagem para Aparecida, os devotos se preparam para a próxima viagem que realizam há mais de 15 anos junto ao grupo de ciclismo “Romeiros de Pirabas”, com destino a Belém, para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Com o retorno, depois de dois anos sem a festa católica, e sem poder realizar a romaria para Belém, em decorrência da pandemia da covid-19, os ciclistas agora aguardam ansiosamente pelo percurso até Belém, em homenagem a santa.
“Todos os anos temos que agradecer a Nossa Senhora por tudo”, diz Vitor.
(Estagiária Juliana Maia, sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Ana Carolina Matos)
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