Cérebro de Éder Jofre é doado para estudo sobre demência pugilista; entenda o que é a doença
Segundo o neurologista Renato Anghinah, que acompanhou o tratamento de Éder Jofre, a decisão foi motivada após a morte de Muhammad Ali
Na quinta-feira (20), a família de Éder Jofre, reconhecido por ser um dos maiores campeões de boxe, revelou que decidiu acatar a vontade do ex-pugilista e doou cérebro do campeão mundial para estudos sobre encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilista. O ex-atleta, que convivia com a doença desde 2010, morreu no dia 2 de outubro, aos 85 anos.
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Em entrevista coletiva, o neurologista Renato Anghinah, responsável por acompanhar o tratamento de Éder, relatou que, antes da morte, o ex-lutador comunicou a família sobre o desejo de fazer a doação após Muhammad Ali optar por não doar. "O Eder ficou muito chateado com essa decisão do (Muhammad) Ali. Foi aí que ele teve certeza de que faria diferente" disse Anghinah.
Já a família do atleta afirmou que o membro se considerava um doador de órgãos e doaria todos se pudesse. O cérebro foi levado para o laboratório de medicina da USP. "Esse é mais um gesto nobre do meu pai, que trouxe tantas alegrias pro povo brasileiro. Eu, como filho, fico muito feliz por saber que ele tomou essa decisão em vida. Se outros pacientes tivessem feito o mesmo, o tratamento do meu pai estaria mais avançado. Poderia ter prolongado a vida dele", relatou o filho.
Encefalopatia traumática crônica
Também chamada de demência pugilista, a doença cerebral é causada por uma alteração neurológica que ocorre pelo efeito cumulativo de traumas cerebrais, muito comum em atletas que praticam lutas como boxe, muay thai, judô e futebol americano.
(Estagiária Paula Figueiredo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web)
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