Do amador ao profissional, pugilista paraense se prepara para disputa do cinturão brasileiro; veja
William Coutinho tem tido grande destaque no boxe paraense; nascido em um projeto social, lutador almeja ascensão do boxe paraense
Nas duas últimas lutas disputadas no projeto Nocaute na Violência, o pugilista William Coutinho, de 26 anos, apresentou o que há de melhor no ringue, nocauteando os adversários como há tempos não se enxerga no peso pesado paraense. Depois de mostrar seu talento nas lutas amadoras, o atleta sonha em disputar o cinturão nacional, trazendo ao Pará uma nova era do boxe peso pesado.
Veja a entrevista com William Coutinho
William respira o mundo das lutas há cerca de 10 anos. Começou graças à influência de parentes e do próprio meio que o cercava, vindo da periferia de Belém. No entanto, foi dentro do ringue que ele se encontrou e hoje nutre uma paixão intensa pela nobre arte.
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"Eu comecei no boxe, via muitas lutas. E o meu tio é um ex-atleta do esporte, e isso me influenciou um pouco. Além disso, o esporte me tirou das ruas. O maior exemplo é o Nocaute na Violência, graças ao apoio do Zezé. Desde então estamos ai", conta.
Os dois últimos adversários que o digam. O gaúcho Luiz Carlos Poerari e o carioca Silvio Marques sucumbiram aos potentes golpes do paraense, mesmo estando em centros que, teoricamente, são mais estruturados para o condicionamento de atletas. Ainda sim, sem tomar conhecimento, Coutinho despachou ambos sem dó nem piedade.
"São atletas de alto nível e estamos aqui para surpreender. A gente vem treinando muito forte, com um nível cada vez maior e isso faz com que o objetivo seja ir adiante, crescer, lutar e conseguir mais vitórias para o Pará", revela, já mirando a sua primeira disputa de título brasileiro.
"Eu fico muito alegre diante da possibilidade de disputar um cinturão brasileiro. Eu me sinto cada vez melhor fisicamente, além de trabalhar bastante a parte psicológica. Eu estou me preparando muito, me capacitando para chegar nesse sonho pra minha carreira", segue. Ao todo, William fez mais de 60 lutas no circuito amador, fato que o torna confiante para os próximos desafios.
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"Eu tenho mais de 60 lutas, fui para cinco brasileiros, viajei bastante. Isso me deu muita experiência e estou caminhando rumo ao profissional com muita confiança", prossegue. Os treinos semanais são comandados pelo técnico e coordenador do projeto social que lançou William, Zezé do Boxe, que viu no garoto um potencial fora da curva.
"Quando ele pertencia a uma outra academia, seis anos atrás, eu convidei ele para servir de sparring para um outro atleta. Eu observei durante o trabalho e ao final eu o chamei. Disse que ele tinha um potencial muito grande, que poderia ser um lutador profissional. Ele veio para cá, trouxe uma técnica apurada, tem uma mão pesada, que consegue nocautear os adversários. Nossa meta agora é o Brasileiro, depois chegar ao Sul-Americano e o Mundial em seguida", aponta Zezé.
O técnico experiente e vitorioso milita na modalidade há mais de 50 anos e é recordista de títulos conquistados, o que o torna referência quando o assunto é descobrir talentos no ringue. Segundo ele, os próximos passos de William já estão programados e muito em breve o lutador deve disputar o primeiro cinturão pelo Conselho Nacional de Boxe (CNB).
"Ele já estava ok por fazer parte do ranking amador. Ele tem muitas lutas e isso o credencia para subir ao profissional. Como já ganhou a segunda luta, ele se credenciou para disputar o título brasileiro. Estamos conversando com ele, acho que vai fazer mais umas duas lutas, pois será um desafio duro, mas estamos muito confiantes, eu e a equipe que trabalha com ele, o Kibe, Joca, Aaron", encerra.
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