Volume de vendas no comércio paraense cresceu 0,9% em fevereiro, aponta IBGE

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, no entanto, o órgão mostra que houve queda de 1,8%

Elisa Vaz
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O volume de vendas no comércio varejista paraense cresceu 0,9% em fevereiro, na comparação com janeiro, conforme aponta a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em relação ao mesmo mês do ano anterior, no entanto, houve queda de 1,8%. No acumulado do ano, ou seja, somando janeiro e fevereiro, o resultado foi uma retração de 1,5% na comparação com o mesmo intervalo de 2022.

Quando se fala no comércio varejista ampliado, que inclui também veículos e materiais de construção, o resultado foi diferente: houve alta de 1,7% em fevereiro, na comparação com janeiro; queda de 0,2% em relação a fevereiro do ano passado; e aumento de 0,1%, quase na estabilidade, no comparativo entre o acumulado de 2023 com o de 2022 - soma de janeiro e fevereiro.

Na avaliação do economista Nélio Bordalo, alguns fatores contribuíram para o crescimento, mesmo pequeno, das vendas em fevereiro na comparação com janeiro.

“Dentre eles podemos citar que, em fevereiro, as famílias estavam com menos compromissos financeiros oriundos das compras e gastos realizados em dezembro, referentes a Natal e Ano Novo, que, certamente, forçaram as famílias a reduzir compras no mês de janeiro, como forma de cortar gastos no orçamento para pagar as contas de dezembro”, explica.

Outro fator do crescimento das vendas, segundo ele, foi a proximidade do Carnaval, o que pode ter levado muitos paraenses ao comércio para a compra de roupas, fantasias e outros produtos relacionados com a data.

Mesmo com o orçamento comprometido e o poder de compra reduzido, diz Nélio, as famílias voltaram a realizar compras no comércio varejista a partir de fevereiro, pois, em função da pandemia da covid-19, “essas famílias haviam retraído drasticamente compras de itens que não eram considerados prioritários, como itens de proteção, medicamentos e alimentos”.

Em relação a 2022, o economista acredita que, no mesmo período, as compras das famílias no varejo foram principalmente em produtos alimentícios, bebidas e fumo, contribuindo para a elevação nas vendas de supermercados, atacarejos e similares, principalmente em função dos recursos emergenciais repassados para boa parte da população paraense.

“Os auxílios financeiros beneficiaram a renda das famílias naquele período e, atualmente, elas não estão recebendo esses recursos adicionais, e certamente os gastos com esses tipos de produtos foram reduzidos para adequação do orçamento mensal”, opina.

Tendo em vista o atual cenário econômico do país, Nélio Bordalo acredita que as vendas no comércio varejistas nos próximos meses de 2023 poderão ter indicadores mais relevantes em datas comemorativas, como o Dia das Mães, ou no mês de julho, período de verão e férias escolares, o que impulsiona as vendas no setor.

Em outros meses, possivelmente, de acordo com o profissional, as vendas do comércio devem permanecer estáveis, com “melhoras sensíveis e não significativas” em seus indicadores, principalmente em função do poder de compra de boa parcela da população paraense, com exceção do mês de dezembro, que tem confraternizações nas datas festivas de Natal e Ano Novo, que leva famílias a comprarem mais.

Pesquisa Mensal do Comércio

Variação do volume de vendas no comércio varejista do Pará

  • Janeiro para fevereiro/2023: 0,9%
  • Fevereiro/2022 para fevereiro/2023: -1,8%
  • Acumulado/2022 para acumulado/2023: -1,5%

Variação do volume de vendas no comércio varejista ampliado do Pará

  • Janeiro para fevereiro/2023: 1,7%
  • Fevereiro/2022 para fevereiro/2023: -0,2%
  • Acumulado/2022 para acumulado/2023: 0,1%

Fonte: IBGE

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