Pará fechou 2022 com aumento de 4,2% nas vendas do varejo, aponta IBGE
Se considerado apenas dezembro, na comparação com novembro, houve queda de 0,4%
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (11) a Pesquisa Mensal do Comércio, referente ao mês de dezembro de 2022. Os dados mostram que o volume de vendas do comércio varejista cresceu 4,2% no acumulado do ano (janeiro a dezembro), na comparação com o mesmo período de 2021. Entretanto, se considerado apenas dezembro, na comparação com novembro, houve queda de 0,4%.
O empresário do setor de materiais de construção, Leonardo Rodrigues, conta que, de fato, o mês de dezembro não foi bom para os negócios. Para ele, dois fatores justificam a retração das vendas: as eleições presidenciais e as promoções da Black Friday.
“Primeiro, as eleições de outubro influenciaram o mercado, pois muitos investimentos pararam porque as pessoas queriam entender como vai funcionar esse novo Brasil. A gente tem observado que tudo o que Lula fala, por exemplo, impacta no mercado. E o que impacta o mercado, impacta a economia, seja para grandes ou pequenos empresários varejistas”, analisa.
Quanto à Black Friday, ele diz que foi um momento de antecipação das compras dos meses seguintes. “Nos Estados Unidos, os lojistas fazem apenas um dia de descontos. Aqui no Brasil, geralmente a campanha dura uma semana ou até mesmo o mês inteiro. E então, é possível pro consumidor pesquisar bastante e aproveitar para antecipar suas compras do Natal, materiais escolares, fazendo com que as vendas no mês seguinte caiam, porque esse consumidor que aproveitou as promoções em novembro já está endividado”, explica.
Em uma loja de roupas na avenida Braz de Aguiar, a proprietária Paula Brazil afirma que não sentiu redução nas vendas no último mês de 2022. Pelo contrário, foi observado um aumento histórico. “O mês de dezembro foi muito bom para mim. Aliás, há 5 anos nós não tínhamos um faturamento tão alto nesse período. Em janeiro foi bom também e as vendas continuam em fevereiro”, relata a empresária.
“Acredito que a mudança no Governo Federal tenha influenciado nessa mudança de comportamento do consumidor. Além de que isso demonstra que temos acertado na escolha das coleções, que temos feito um bom trabalho de relacionamento com o cliente, que é primordial para os lojistas”, comenta Paula.
Brasil
No Brasil, o cenário foi parecido. No mesmo período, o volume de vendas do comércio varejista caiu 2,6%, frente a outubro. No acumulado de 2022, o crescimento foi de 1%. Os setores que mais cresceram no ano foram: Combustíveis e lubrificantes (23,8%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,8%), Móveis e eletrodomésticos (0,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (0,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,1%).
Por outro lado, dois setores tiveram resultados negativos para o indicador anual: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-11,9%). Considerando o comércio varejista ampliado, em dezembro o resultado foi negativo em 0,6% nas vendas frente a dezembro de 2021, contra queda de 1,4% em novembro de 2022 frente a novembro de 2021. Em termos setoriais, ambas as atividades complementares tiveram queda: Veículos e motos, partes e peças (-1,8%) e Material de construção (-7,1%).
Dezembro
O IBGE mostra que a variação de -2,6% no volume de vendas do comércio varejista, na passagem de novembro para dezembro de 2022, teve predominância de taxas negativas, atingindo, sete das oito atividades pesquisadas: Tecidos, vestuário e calçados (-6,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%), Combustíveis e lubrificantes (-1,6%), Móveis e eletrodomésticos (-1,6%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%),Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%).
Por outro lado, entre novembro e dezembro de 2022, apenas um dos oito setores pesquisados não registrou taxa negativa: Livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%). Já o varejo ampliado apresentou crescimento de 0,4% tanto com Veículos e motos, partes e peças (2,4%) quanto Material de construção (1,3%) apresentando taxas positivas.
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