Vendas e aluguéis aquecem mercado imobiliário
Oferta de imóveis está elevada em Belém. Valor do m² na capital pode chegar a R$ 10 mil
Placas de “Vende-se” e “Aluga-se” estão afixadas em milhares de imóveis nas ruas de Belém. A oferta de apartamentos, casas, quitinetes, terrenos e pontos comerciais parece cada vez maior na capital paraense e, segundo corretores de imóveis, é sintoma do fortalecimento do setor imobiliário.
“O mercado está aquecido. Nós estamos vivendo um momento em que há muita coisa para vender, bastante coisa pra alugar, as construtoras estão entregando bastante imóveis e temos até clientes que compram um imóvel na planta e, depois da entrega, já disponibilizam pra gente”, afirma Marlene Felippe, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 12ª Região PA/AP (Creci PA/AP).
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A instituição não possui estimativas de quantos imóveis estão à venda ou disponíveis para locação, no entanto frisa que a grande oferta não tem depreciado os valores nem prejudicado o fechamento de contratos. Dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) revelados no 17º Censo Imobiliário mostram que o valor do m² em Belém varia de R$ 8.406 para venda de imóveis com um dormitório a R$ 8.606 para imóveis com quatro dormitórios.
De acordo com Marlene Felippe, as residências em um bairro nobre como o Umarizal tem aluguel médio de R$ 4,5 mil a até R$ 8 mil. “No caso da venda, o valor do m² depende do bairro. No próprio Umarizal nós temos imóveis com m² de R$ 10 mil, mas é importante saber que o valor tem a ver com o estilo, com a rua em que está localizado, com o número de vagas de garagem, o tipo de acabamento e todos os quesitos de segurança que tem no prédio”, esclarece a presidente do Creci, que destaca ainda Ananindeua, Castanhal, Santarém e Macapá como mercados em expansão.
Da mesma forma, o corretor Joaquim Mendes avalia que o momento é propício aos negócios. “A gente está com bastante produtos disponíveis e muita gente procurando comprar ou alugar. No início da pandemia, sentimos uma redução apenas nos três primeiros meses e depois foi reaquecendo. Não posso reclamar de nada”, pontua.
Para Mendes, o momento favorável está relacionado às novas demandas que surgiram com a pandemia, como a valorização dos espaços privativos e do home office. “Temos muitas pessoas saindo de apartamentos menores e indo para maiores ou para condomínios fechados. São tendências com preço mais elevado, acompanhando a dinâmica da oferta e da procura”, completa.
Mercado inova em opções de investimento
Tradicionalmente, o setor imobiliário se estabeleceu como um segmento importante da economia rentista, com a compra imóveis contribuindo para o acumulo de patrimônio e a geração de renda fixa a longo prazo. Porém, a simples aquisição de um imóvel não é garantia de ganhos financeiros, por isso o conhecimento da realidade atual e visão empreendedora se tornaram fatores diferenciais no mercado.
Márcio Bellesi, CEO de uma holding de empreendimentos imobiliários, diz que hoje é preciso atentar para o avanço da busca por apartamentos compactos com padrão de luxo direcionados para aluguel por temporada. “Estamos no início dessa nova safra de produtos imobiliários com foco em locação por temporada até porque ainda não havia em Belém nada concebido para atender a esses inquilinos que utilizam as plataformas digitais, como o Airbnb. Só agora estamos vendo isso acontecer”.
O executivo explica que os imóveis desse foco se caracterizam por ter áreas privativas de 19 m² a 30 m², mas com estrutura de serviços hoteleiros e área condominial completa tanto para o lazer quanto para o trabalho a distância. Além disso, ressalta que esses edifícios requerem uma localização privilegiada, já que os visitantes valorizam a proximidade e a facilidade de acesso a serviços de saúde, comércios, áreas de lazer e outras. Com isso, a taxa de ocupação tende a ser maior, assim como a rentabilidade.
“O melhor investimento disponível no mercado imobiliário é esse. Você tem uma liquidez altíssima, até porque apartamentos maiores demoram a ser vendidos já que a oferta é maior; fora que com a locação por temporada você consegue um retorno maior que o aluguel”, afirma Bellesi, destacando que a rentabilidade média mensal varia de 0,8% a 1% nesse tipo de imóvel.
“A única forma de concorrer nesse cenário de juros altos é com um empreendimento com essa proposta. Atualmente, o aluguel está com dando de 0,4% a 0,5%, mas não passa disso. Ou seja, nos compactos você tem uma rentabilidade maior empregada em uma única unidade”, acrescenta.
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