Venda de produtos perto da validade evita desperdício e ajuda a economizar

Consumidores se aventuram em plataformas com preços atrativos e poupam mais de 60%

Maycon Marte

A iniciativa de vender alimentos perto do prazo de validade ajuda na economia dos consumidores, no faturamento de estabelecimentos e ainda evita desperdício. Segundo a Associação Paraense dos Supermercados (Aspas), os produtos só podem ser comercializados antes do vencimento, após o prazo fica proibida a circulação, o que vale para todo o país. Na prática, a veterinária e criadora de conteúdo Mariana Lima, de Belém, já economizou mais de 60% comprando em uma plataforma que oferta produtos próximos do seu vencimento.

Lima utilizou uma modalidade de compra mais moderna, através de um aplicativo que conecta consumidores a estabelecimentos cadastrados, para ofertar produtos próximos do vencimento. A dinâmica da plataforma consiste em ofertar cestas com itens selecionados pelas lojas e oferecer descontos expressivos no preço. Em uma das compras, a criadora de conteúdo aproveitou a oferta de um produto por R$ 15, mas que normalmente custaria R$ 40, uma redução de aproximadamente 64%.

Ela conheceu a plataforma a partir de conteúdos na internet e usou o recurso tanto em Belém quanto em outros estados. São produtos que normalmente seriam desperdícios e ganham um novo destino, mas a criadora alerta para o tempo de consumo. A partir da sua experiência, todos os pedidos excluíram a possibilidade de armazenamento.

“Os alimentos vêm todos certinhos, no supermercado, por exemplo, veio um iogurte de 1 litro com dois dias perto de vencer, então a gente teve que beber rápido, então tem que ser um consumo na hora, não dá para guardar na geladeira e depois tentar comer de novo, que não dá certo”, explica Lima.

Embora a experiência da consumidora seja exclusivamente de compra online, existem outros estabelecimentos na capital paraense que utilizam o mesmo mecanismo. Isso acontece principalmente sobre mercados com promoções sobre produtos industrializados e de consumo longo.

Estabelecimento

A prática é antiga na cidade, como explica o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal. O objetivo não é exclusivamente evitar o desperdício, mas cumpre o propósito à medida que também contribui com o faturamento dos estabelecimentos.

Segundo o presidente, quando itens se aproximam do vencimento, o procedimento padrão é a solicitação de troca da mercadoria que vai vencer por novas. Essa negociação acontece entre os estabelecimentos e as fornecedoras, mas o destino dos produtos é o lixo ou a destruição, devido à inutilização após o vencimento. Para interromper esse destino, promoções com preços abaixo do mercado nestes itens se tornaram a solução.

“Essa prática já existe há muito tempo, e acontece que quando tem um produto que está próximo da validade, se tem duas opções: ou a fábrica troca, ou há uma rebaixa de preço daquele produto para a venda”, enfatiza.

A redução do preço é feita normalmente de comum acordo entre a indústria e os proprietários dos estabelecimentos, o que indica um interesse das fábricas no reaproveitamento. Portugal enfatiza a diferença entre a comercialização dos alimentos vencidos em relação aos produtos próximos da validade. “Produtos vencidos no Brasil ainda não se podem vender, isso só acontece quando estão próximos da validade”, afirma.

Portugal pontua que a prática excede inclusive a categoria dos supermercadistas, sendo algo “específico de cada empresa”. Segundo ele, essa iniciativa parte principalmente da indústria, embora haja fornecedores que ainda preferem recolher os produtos prestes a vencer. Por parte da Aspas, não existe qualquer campanha de incentivo à prática, mas existem regramentos sobre a comercialização de produtos vencidos na cidade.

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Um acordo entre a Associação e o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) criou o mecanismo “De Olho na Validade”. Nessa campanha, o consumidor que encontrar um produto vencido pode trocar por outro idêntico ou similar de graça, desde que isso ocorra antes de pagar. A troca vale apenas para produtos com o mesmo valor e, em caso de o consumidor escolher um com valor superior, deverá arcar com a diferença.

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