Venda de produtos com estampas de presidenciáveis aquece comércio de Belém
Vendedores estão apostando em camisas, bandeiras, toalhas e bonés com rostos de Lula e Bolsonaro para fazer dinheiro
A propaganda eleitoral começou para valer no dia 16 de agosto, e agora, mais do que nunca, os rostos dos pré-candidatos à Presidência estão estampados nas ruas dos centros comerciais do Brasil. As vendas têm alimentado não apenas a disputa aos cargos federais, mas a disputa pela clientela.
No comércio de Belém, vendedores ambulantes estão apostando em produtos - camisas, bandeiras, toalhas e bonés - com estampas dos presidenciáveis para fazer dinheiro. No Mercado do Ver-o-Peso, Barbosa da Silva, que trabalha há 35 anos com vendas, tem aproveitado o momento para aumentar o faturamento do negócio.
“Estou vendendo camisas e bandeiras desde o mês passado. Quando vi a demanda começar a crescer, pessoas procurando coisas estampadas com os seus candidatos preferidos, percebi que era uma oportunidade de fazer uma renda extra. Agora, com a campanha nas ruas, as vendas até melhoraram, mas ainda devem crescer em setembro”, considera o comerciante.
Em um carrinho na rua Conselheiro João Alfredo, um carrinho chama atenção com toalhas de rosto e máscaras de proteção facial com rostos de Lula (PT) e Bolsonaro (PL), os candidatos à frente das pesquisas eleitorais, com 47% e 32% de intenção de voto, respectivamente, segundo a Pesquisa Datafolha divulgada no dia 18 de agosto.
“Atualmente, são as toalhinhas e máscaras que mais saem. Temos do Lula, Bolsonaro e Ciro, mas as do petista são as mais vendidas. Apesar disso, a procura ainda está baixa, mas temos expectativa de melhorar as vendas em setembro”, conta a vendedora.
Toalhas se destacam na vitrine
Também na João Alfredo, em uma loja de varejo e atacado, as toalhas são destaques na vitrine. A atendente Tatiana da Costa conta que no local, acontece até briga entre clientes por causa dos candidatos.
“As toalhas são nossas campeãs de vendas. Colocamos elas na frente da loja para quem passar ver que nós temos. E os clientes até chegam a brigar por causa dos candidatos a presidente, a gente nem se mete, se eles comprarem, é o que importa. Eu vendo facilmente qualquer produto, independentemente da minha escolha pessoal. Quero é bater a minha meta. Portanto, a prova de que esse negócio está aquecido, é que nós também vendemos para revenda no atacado. Se está assim agora, em setembro vai ficar ainda melhor. Enquanto isso, aproveitamos o momento”, comenta.
Na Travessa Padre Eutíquio, um ambulante está fazendo sucesso com as vendas de toalhas, camisas e bandeiras. Roberto Rildo trabalha no setor há 10 anos e conta que aproveita o momento para fazer o dinheiro multiplicar.
“É um momento oportuno e precisamos aproveitar. Aqui eu tenho artigos do Lula e Bolsonaro, mas já me pediram para trazer do Ciro e Simone Tebet, então já encomendei e em breve, estarei com mais opções. É legal ter de todos, às vezes o cliente chega, pede de um candidato menos popular e perco a venda.”, diz o empreendedor.
Compra em apoio a candidato
Ao passar pela via, o funcionário público Afonso Carneiro, encostou o carro para comprar uma bandeira do Brasil. Questionado se a aquisição era por causa da proximidade da Copa do Mundo de futebol masculino, em dezembro, ele responde: “Não, essa compra é em apoio ao presidente do Bolsonaro”.
O consumidor acredita que poder comprar um artigo que faça alusão ao seu candidato é um privilégio de quem pode exercer a liberdade de expressão. “Eu sou apoiador da reeleição do presidente e quero que as pessoas saibam disso. Comprar produtos que digam isso é um direito que eu tenho, além de ser uma boa forma de atrair, quem sabe, votos de outras pessoas”, afirma.
Já o publicitário Tiago Araújo, acha que comprar esses produtos é um desperdício de dinheiro. “Gastar com isso, na situação em que nós estamos, com baixo poder aquisitivo, não vale a pena. Prefiro guardar para mim a escolha do meu voto e não gastar o meu dinheiro com quem pode decepcionar lá na frente”, finaliza.
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