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Tradição com economia: mercado de aluguel de roupas juninas cresce em Belém

Modalidade ajuda competidores de quadrilhas a poupar

Maycon Marte
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Alta demanda no período da quadra junina impulsiona o mercado de aluguel dos trajes típicos desse período em Belém. O preço do serviço pode variar entre R$ 200 a R$ 500 de acordo com o trabalho de produção e o período em que foi feita a roupa. A miss paraense Keyla Barros, com 26 anos de experiência nas competições de quadrilhas, costuma alugar os trajes que já estreou em cena e explica que quanto mais antigos menor é o valor cobrado.

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“Um traje de 2021 é um pouco mais antigo, e todo ano a minha mãe vai e reforma ele… como já tem um tempo aí ele se torna um pouco mais barato. O de 2022 vai para R$ 300, aí o traje que usei no ano passado está em torno de R$ 350, porque já usei três ou quatro vezes. Enquanto o traje desse ano a gente aluga entre R$ 450 a R$ 500”, explica.

Keyla destaca que adquirir os trajes originais envolve um custo muito elevado, por isso sempre oferece preços mais baixos para que os competidores tenham maior possibilidade de acesso. A miss afirma que a partir da sua experiência, entende a gama de valores elevados nesse mercado. “Tem pessoas que alugam até R$ 1.000, eu não alugo porque como eu também danço, sei que para pagar mais de mil reais para usar a roupa apenas em um dia fica caro”, pontua.

A competidora vivencia uma situação singular em relação às demais, no seu caso, sua própria mãe é quem confecciona as roupas das suas disputas. A responsável pela produção, Edilma Barros, agora estudante de figurino pela Universidade Federal do Pará (UFPA), enfatiza dois pontos essenciais nos trajes das competições: a possibilidade de construir roupas com diferentes quantias de valores e a mudança recente no estilo das roupas adotadas na quadra junina. Para a costureira, é possível realizar grandes produções com R$ 1.000 e da mesma maneira com R$ 5.000.

Vantagens

As principais vantagens, como esclarece Keyla, seriam para as misses que competem recorrentemente. Nesse caso, é mais vantajoso investir na confecção da roupa que pode ser alugada ou vendida posteriormente, do que apenas alugar várias vezes em sequência. Quanto ao uso em eventos únicos, como as apresentações escolares, o investimento no aluguel dos trajes ainda pode ser a melhor opção.

“As misses usam o traje e depois vendem ele justamente para pegar o dinheiro e usar na compra de um oficial. Então se torna mais barato para as misses usarem o traje e depois venderem”. Segundo ela, até mesmo as competidoras que compram acabam se beneficiando, considerando os investimentos altos em um figurino feito do zero, na maioria das vezes, a roupa já usada sai mais em conta.

Confecção

Embora não deixe de considerar a mão de obra dos estilistas e o trabalho envolvido, a costureira Edilma Barros, declara que não é impossível realizar grandes feitos com menos dinheiro. “Tem alguns estilistas que estão cobrando 4.500 em uma roupa para as meninas. Lógico que tem a mão de obra, mas eu particularmente consigo fazer uma roupa boa, com R$ 1.500”. Segundo ela, equilibrar o preço das roupas ajuda a manter vivo o sonho de ser miss, já que nem todas as meninas podem bancar os custos atuais dos trajes.

Na experiência da produção para a sua filha, a roupa mais cara custou em média mais de R$ 10 mil devido a quantidade de adereços elaborados. Em contrapartida, Keyla já saiu com roupas bem produzidas com um custo entre R$ 1.000 e R$ 1.200, o que para ela, diz respeito também a pesquisa de preços que o estilista responsável realiza sobre os materiais utilizados nessas produções.

Nova tendência

A tradição está mudando e as roupas elaboradas, com muito tecido e espumas, dão lugar a trajes mais luxuosos e com muito brilho. Na visão da costureira, o reflexo dessa transição está na redução de pedidos para aluguel, que teria sido muito maior no ano anterior. Com os novos costumes, a costureira já se organiza para se adequar a esta realidade, e tenta acompanhar o mercado.

“Ano passado eu aluguei mais roupas porque as pessoas ainda tinham aquela essência do São João, daquelas roupas mais tradicionais, mas esse ano eu tive um pouco mais dificuldade porque as pessoas procuram agora roupas mais luxuosas, então eu não estou preparada para ter essas roupas mais luxuosas”, ressalta.

Variedade de ofertas

No mercado de aluguel de roupas juninas há seis anos, Vanny Ramos explica que prioriza preços mais acessíveis para que a maioria das pessoas consigam adquirir o serviço. Seus trajes custam em torno de R$ 70 a R$ 80, seja infantil ou adulto, sendo a sua diária mais cara R$ 150, para uma peça mais trabalhada. Seu objetivo é manter a alegria de todos que se envolvem no período da quadra junina.

“Não é fácil juntar R$ 200 ou R$ 300 como outras pessoas estão pedindo em uma diária do aluguel de uma roupa. Acho isso injusto porque é só para um dia e me coloco no lugar dos pais, por isso eu coloco barato as minhas roupas”, explica Vany.

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