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Tarifa sobre aço e alumínio: medida anunciada por Trump deve impactar exportações do Pará

Segundo a Fiepa, no ranking nacional, o Pará é o nono estado que mais exporta para os Estados Unidos

Elisa Vaz
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A taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos anunciada pelo presidente americano Donald Trump deve impactar negativamente o Pará. Apenas em 2024, o Estado exportou ao país um total de US$ 835,3 milhões, o que representou um acréscimo de 3,79% frente ao resultado de 2023. Para o economista Mário Tito, especialista em relações internacionais, a tarifa imposta vai impactar as exportações do Pará, especialmente no setor de alumínio.

Embora os EUA tenham uma pauta diversificada, por muito tempo, foram o principal comprador de commodities do Estado, segundo a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). Ainda de acordo com os dados da entidade, no ranking nacional, o Pará é o nono estado que mais exporta para os Estados Unidos, enquanto o país norte-americano é o quinto país que mais compra do Pará, correspondendo a 3,64% da balança comercial local.

Menos competitividade

“Devemos considerar que, na verdade, a maior parte da produção é consumida dentro do mercado interno, então é absorvida, mas tem impacto sim, porque não deixa de ser uma receita de exportação que pode vir a mudar, dado que uma taxa de 25% faz com que o preço fique sem competitividade com o mercado interno dos Estados Unidos. Então, logicamente, isso tem impacto”, avalia.

Ele diz que há a possibilidade de um redirecionamento dessas exportações do Pará, mesmo as de alumínio, especificamente, para outros setores, inclusive aumentando o mercado interno. Portanto, diz o profissional, é preciso esperar um pouco mais para saber como o setor de alumínio vai se posicionar diante disso.

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O Grupo Liberal tentou contato com o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral) para saber o posicionamento do setor, mas a entidade preferiu não se posicionar. Também foi solicitada uma entrevista com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Relações com a China

Embora os Estados Unidos tenham sido, por muito tempo, o principal comprador de commodities do Pará, mais recentemente, a China assumiu essa posição, concentrando suas compras principalmente no setor mineral, segundo a coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiepa, Cassandra Lobato.

“O grande diferencial entre a China e os Estados Unidos, nesse contexto de compras dos nossos produtos exportáveis, é que a China foca em produtos do setor mineral, enquanto os Estados Unidos diversificaram suas importações ao longo dos anos”, explica.

O economista Mário Tito adianta que o mercado brasileiro deve buscar uma alternativa aos EUA. “Isso já vem acontecendo, seja direcionando seus negócios para a China, União Europeia, agora com o acordo do Mercosul, mas também um fronte que se abre bastante interessante é com a África e a América do Sul, os países vizinhos. Acredito que, de alguma forma, o setor deve buscar novos mercados”, pontua.

Estratégias de negociação

Apesar da garantia de Trump de que a taxação valerá a partir de 4 de março, Tito acredita que esse espaço de tempo é suficiente para uma negociação - ele não acredita que a tarifa continuará por muito tempo. “Talvez tenha seja mais uma espécie de aviso, se fala também da possibilidade de, em vez de ficar nos 25%, o governo dos Estados Unidos possa estabelecer uma cota máxima de importação. Então, o impacto não seria tão grande”.

Antes de falar em redução de produção, o especialista em relações internacionais diz que é preciso verificar a possibilidade de aumento do consumo interno do alumínio e também de outros parceiros que possam substituir, nesse primeiro momento, a demanda dos Estados Unidos.

Exportações do Pará aos EUA

2024: US$ 835.338.618

Variação frente a 2023: 3,79%

Pará é o 9º Estado que mais exporta aos EUA no Brasil

EUA são o 5º país que mais compram do Pará

Fonte: Fiepa

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