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Preço do frango aumentou quase 17% em Belém neste ano, aponta Dieese

Custo de produção elevado impactou o preço para o consumidor final, entenda

Maycon Marte
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O preço do frango subiu no início deste ano em Belém, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Considerando a variação de preços no acumulado do ano passado, a alta chega a quase 10%, no caso do frango resfriado, e a quase 17% na modalidade do frango congelado. O levantamento considera os produtos comercializados nas “maiores redes de supermercado da cidade” e aponta os custos mais elevados com a produção do frango, como a razão para este movimento.

Os dados do Dieese indicam um crescimento gradativo no decorrer do último ano, com o valor do quilo do frango resfriado saindo de R$ 11,98, em janeiro de 2024, para em média R$ 12,41, em dezembro, e iniciando este ano em R$ 13,13. O Frango congelado demonstrou um comportamento parecido, encerrando o ano passado em R$ 9,91, e iniciando este ano em R$ 10,25.

O presidente da Associação de Paraense de Avicultura (Apav) Claudio Afonso Martins esclarece que essa última alta se deve a um contexto amplo, influenciado por diversos fatores. “O aumento dos custos de produção e a alta do dólar afetam a cadeia produtiva, porque o valor dos insumos todos sobem”, afirma. Nesse contexto, ele menciona principalmente as dificuldades logísticas para o transporte de milho e soja, ingredientes que representam 60% da ração dos frangos, somada a alta do combustível e a falta de incentivo para os produtores.

Essa movimentação começou, segundo ele, na metade do ano passado, com as safras desses grãos prejudicadas pelo verão prolongado, e seguiu até este ano com os demais fatores. Ainda sobre o transporte, os valores disparados sobre combustíveis e a queda da ponte que ligava Pará e Maranhão contribuíram para dificultar a logística de transporte dos insumos, o que aumentou o tempo para trazer os grãos até os produtores e encareceu a ração. O resultado disso foi a “falta matéria-prima, falta safra e tudo isso vai se somando até chegar uma hora em que a conta chega para o consumidor final”.

Em números, o custo para os avicultores passou de em média R$ 4,50, em junho do ano passado, quando os preços ainda não haviam sido afetados pelos fatores que levaram ao aumento, para cerca de R$ 7,10 atualmente. Nesse período de sete meses, em que o representante da Apav avalia que a alta começou, o aumento do custo foi de quase 58%, ou seja, mais da metade do valor normal. “Até junho do ano passado, a maioria dos produtores estava parando a produção por conta dessa conjuntura”, lembra Martins.

Para ele, estimular esse segmento é assegurar cerca de 120 mil empregos diretos e indiretos gerados por toda a cadeia produtiva do estado. Enquanto o cenário não melhora, a arrecadação com a exportação do frango deve segurar o mercado local. O desempenho com exportação, segundo ele, apresentou um crescimento junto com outras produções locais no último ano.

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Expectativa

Na avaliação do avicultor e representante da Apav, este ano não deve ter uma melhora tão expressiva nesse cenário. Mas, apesar da sua expectativa, a criação de frangos no estado é o que ele descreve como “autossuficiente”, ou seja, não há, segundo ele, possibilidade de déficit no mercado interno. “Hoje o Pará é autossuficiente de frango, por incrível que pareça. Se ninguém mandar frango para cá, só o produtor local dava conta de atender o estado todinho, sem problema nenhum”, avalia.

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Economia
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