Setor produtivo festeja aproximação com a China e defende desenvolvimento econômico aliado ao social
Presidente da Faepa, Carlos Xavier, comenta caso do mal da vaca louca no Pará e as perspectivas para o setor produtivo do Estado
Recentemente, o Brasil realizou autoembargo da carne bovina que era exportada para a China, por conta da detecção de um caso do mal da vaca louca em um animal do Pará. Com a confirmação de que se tratava de uma situação atípica, as importações foram retomadas pelo país asiático. A redação integrada de O Liberal conversou com o recém reeleito presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, que falou sobre essa situação e as perspectivas para o setor produtivo do Pará. Confira a entrevista:
Que lições o setor produtivo tirou da questão do autoembargo da carne bovina brasileira para a China?
O caso do autoembargo foi extremamente positivo para todos nós, pois, temos um convênio com a China, que prevê autoembargo caso surja um caso do mal da vaca louca e, como apareceu, fizemos cumprir o acordo. Nesse caso, era uma situação atípica, mas, de toda forma, como temos que fazer esse controle, o autoembargo foi executado por quase 30 dias e depois suspenso. Na minha avaliação, foi positivo porque mostramos que temos capacidade de atender toda a legislação envolvida nesses acordos.
Por falar em China, como o senhor avalia a recente viagem da comitiva brasileira para aquele país, que hoje é o principal parceiro comercial do Brasil?
Essa viagem foi extremamente importante, pois, hoje, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e, como sabemos, a comida é uma das maiores demandas da humanidade. O produtor rural tem esse compromisso com a sociedade e, além disso, a gente faz girar a roda da economia, por isso, precisamos ampliar esse nosso mercado. E nós, amazônidas, temos que estar atentos, precisamos manter a nossa responsabilidade em relação à sustentabilidade da nossa produção, pois ninguém tem um Código Florestal tão rígido quanto o nosso, ninguém tem uma legislação ambiental como a nossa, então, precisamos cada vez mais internalizar recursos para a nossa economia e fazer com que o Estado do Pará, pela sua potencialidade, tenha os maiores índices de desenvolvimento humano deste País.
Hoje, além da carne, que outros produtos nossos, na sua visão, podem começar a ser exportados para o mundo?
Há cerca de 30, 35 anos, nós, paraenses, mandávamos buscar carne bovina no Rio Grande do Sul. Hoje, nós já temos o segundo maior rebanho bovino do País e, em breve, teremos o primeiro. Já temos, também, o terceiro maior rebanho equino do Brasil e o primeiro de bubalinos. Na área vegetal, somos o maior Estado em produção de dendê, de cacau, de açaí, de mandioca e, em breve, seremos o maior polo da citricultura e de mel, então, estamos caminhando para gerar cada vez mais desenvolvimento. E eu não tenho dúvidas de que temos condições de ser um dos principais Estados em desenvolvimento nesse País.
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