Semana Santa: Procura por peixe cresce em Belém e consumidores chegam a gastar R$ 300

No mercado Ver-o-Peso, compradores se preparavam, nesta terça-feira, para o almoço de Páscoa em família. Vendedores afirmam que as vendas ainda devem ficar maiores.

Elisa Vaz
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O movimento de consumidores nos pontos mais fortes de venda de pescado em Belém está ficando cada vez mais intenso com a proximidade da Sexta-feira Santa. No mercado Ver-o-Peso, muitas pessoas aproveitaram a manhã desta terça-feira (4) para garantir espécies variadas de peixes para o almoço em família nesta Páscoa, e os vendedores adiantam que, nos próximos dias, não vai faltar abastecimento nem fluxo de clientes no local.

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Quem vai fazer um almoço de Páscoa em família e aproveitou para garantir o peixe no Mercado do Ver-o-Peso foi a comerciária Rosana Costa, de 55 anos. “Vamos fazer almoço na Páscoa e estou comprando o pirapema para fazer guisado, ensopadinho, e vou comprar ainda o tambaqui para assar e comer com açaí. Hoje eu vou gastar uns R$ 70 reais para um almoço de seis pessoas, mas eu ainda vou comprar mais peixe, hoje só vim comprar uma quantidade porque não dou conta de carregar, mas vou voltar para comprar mais”, conta.

image Como vai ao mercado toda semana, Rosana Costa está por dentro dos valores e não acha que os preços estão altos na Semana Santa - ela gastou R$ 70 para seis pessoas. (Ivan Duarte / O Liberal)

A consumidora não achou os preços altos. Rosana tem costume de ir toda semana no mercado para comprar peixe para a sua casa e de sua mãe, então tem acompanhado os números. “Estou achando que os preços não mudaram, por enquanto continua o mesmo, eu costumo comprar e hoje estou achando que está o mesmo preço. Não senti reajuste, ainda não”.

Já a aposentada Florentina Miranda, de 75 anos, achou os valores muito altos e chegou a gastar R$ 300 comprando filhote, camarão e pescada amarela. A intenção da consumidora, que não tem tanto costume de comprar peixe no Ver-o-Peso, é fazer uma caldeirada em família, mas para poucas pessoas: ela, o marido e o neto. O almoço de Páscoa será algo simples.

image Mesmo gastando R$ 300 com filhote, camarão e pescada amarela, Florentina Miranda não deixa de comprar peixe e pretende fazer um almoço simples na Páscoa. (Ivan Duarte / O Liberal)

Está muito caro, mas não tem jeito, tem que comer. Não é costume comprar peixe nessa época da Semana Santa, vim com a minha nora, terminou que ela nem comprou nada, eu que acabei levando. Eu gosto muito de peixe, sempre compro, mas não aqui, hoje porque eu vim resolver um negócio e já decidi levar logo”, explica a consumidora.

Embora o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) não tenha ainda uma pesquisa referente aos preços de março e abril, no último balanço divulgado, de fevereiro, algumas espécies já haviam tido reajuste de até 32,31% no ano, como a tamuatá.

Em seguida, as maiores altas de preços eram da pescada gó (22,3%), curimatã (21,45%), pirapema (20,9%), tainha (20,42%), filhote (15,58%), mapará (13,37%), peixe pedra (12,8%), pescada amarela (12,77%), pratiqueira (12,68%) e xaréu (12,04%), entre outras. Confira mais no infográfico.

Vendas

De acordo com o comerciante Thiago Pimenta, a expectativa é de muito movimento até sexta-feira (7), por causa da Semana Santa. Desde sábado, na verdade, ele diz que o número de pessoas circulando pelo mercado e fazendo compras tem crescido. “No começo de janeiro dá uma caída por conta dos preços e agora, nesse período, a gente espera um bom movimento, como já está sendo. Hoje até estamos um pouco sufocados por causa dessa venda. Começou a aumentar de sábado para cá, deu uma levantada muito boa no movimento”, comenta.

image Vendedor, Thiago Pimenta espera vender mais 700 quilos de peixe até sexta-feira e espera melhora no movimento nos próximos dias. (Ivan Duarte / O Liberal)

Como, segundo Thiago, a empresa já tem um nome no mercado, nunca falta peixe de qualidade em sua banca, até porque a mercadoria vem de todos os lugares. Já os preços subiram um pouco da semana passada para cá. O vendedor afirma que o quilo da dourada pequena, por exemplo, passou de R$ 25 para uma média de R$ 27 a R$ 30. Mesmo assim, até sexta-feira, a estimativa é de vender ao menos mais 700 quilos de peixe.

Outro comerciante do mercado, Cláudio Oliveira, aposta mais na dourada e na gurijuba, ambas custando R$ 25 por quilo - na semana passada a primeira era vendida a cerca de R$ 20. “Não aumentou muito o preço, está variando, normal. Nesse começo de semana é uma venda normal, como se fosse um dia de semana normal. Eu acho que vai melhorar de quarta-feira em diante, até sexta-feira, mas quarta e quinta é o movimento maior”, adianta.

Preço do pescado em Belém no mês de fevereiro

Espécie | Preço | Variação no ano

  • Aracu: R$ 12,33 11,89%
  • Arraia: R$ 10,92 5,20%
  • Bagre: R$ 12,45 8,64%
  • Cação: R$ 16,83 2,12%
  • C. Padre: R$ 11,08 11,47%
  • Camurim: R$ 25,72 6,81%
  • Corvina: R$ 17,62 4,26%
  • Curimatã: R$ 13,70 21,45%
  • Dourada: R$ 24,89 9,17%
  • Filhote: R$ 32,41 15,58%
  • Gurijuba: R$ 23,94 6,16%
  • Mapará: R$ 16,28 13,37%
  • Peixe Pedra: R$ 18,33 12,80%
  • Pescada amarela: R$ 31,80 12,77%
  • Pescada branca: R$ 16,28 2,65%
  • Pescada gó: R$ 16,56 22,30%
  • Piramutaba: R$ 15,10 8,09%
  • Pirapema: R$ 8,85 20,90%
  • Pratiqueira: R$ 18,13 12,68%
  • Sarda: R$ 15,87 1,21%
  • Serra: R$ 17,40 -0,97%
  • Surubim: R$ 21,37 3,39%
  • Tainha: R$ 22,17 20,42%
  • Tambaqui: R$ 18,40 3,95%
  • Tamuatá: R$ 17,28 32,31%
  • Tucunaré: R$ 22,21 -2,59%
  • Uritinga: R$ 12,25 -2,70%
  • Xaréu: R$ 12,84 12,04%

Fonte: Dieese-PA

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