Sem juros, consórcio é opção mais barata para quem quer adquirir carro ou moto em Belém

A compra é baseada na união de pessoas em grupos, que formam uma espécie de poupança para a aquisição de bens móveis, imóveis ou serviços

Elisa Vaz
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Em um cenário de Selic alta, como a de 13,25% ao ano em vigor hoje, a compra de um carro ou motocicleta pode parecer um sonho distante. E o mercado estima que, até o final de 2025, a taxa básica de juros, que norteia os financiamentos em geral, chegue a 14,25%. Por isso, para quem pensa em adquirir um veículo, os consórcios podem ser uma boa opção, já que a modalidade não possui juros.

Trata-se de uma modalidade de compra baseada na união de pessoas - físicas ou jurídicas - em grupos, que formam uma espécie de poupança para a aquisição de bens móveis, imóveis ou serviços. Todo mês, é paga uma parcela e são realizados sorteios que definem quem já poderá receber sua carta de crédito para comprar o bem. Até o fim do período do grupo, todos os membros serão contemplados.

O consultor de vendas Ivan Tavares, que atua no ramo de consórcios, afirmou que o cliente escolhe a motocicleta e a quantidade de meses em que deseja pagar, de acordo com o seu orçamento financeiro. A entrega, segundo ele, é garantida pela fábrica e os planos variam de 18 a 80 vezes. Já a formação dos grupos é feita por uma administradora de consórcios, que é autorizada e fiscalizada pelo Banco Central.

“Você recebe a sua moto se for contemplado, ofertando o lance para contemplar rápido ou aguardando a contemplação sem lance. Nessa forma de compra, a experiência do vendedor conta muito, pois ele pode incluir você em uma vaga onde já tira a sua moto na primeira assembleia ou até mesmo em poucas parcelas pagas, conseguindo estar com o veículo de forma rápida. Mas depende muito do acompanhamento e da vaga que irá entrar”, explicou.

Crescimento do setor

O Grupo Liberal entrou em contato com a Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac) para buscar dados do setor, mas não obteve resposta. O consultor Ivan Tavares afirmou, no entanto, que o mercado de consórcios tem batido recorde de vendas nos últimos anos, com um aumento significativo a cada ano. Segundo ele, o principal perfil do cliente do consórcio são homens (em torno de 70%), com idade entre 18 e 40 anos, em busca de trabalhar com o veículo.

A adesão, como explicou o profissional, pode ser feita de forma presencial ou online, no consórcio da empresa. “O cliente precisa saber que temos uma taxa de frete da fábrica até Belém. E depois da contemplação será realizada uma análise de crédito para, assim, o bem ser entregue. Se nessa análise o cliente for reprovado, ele pode incluir um fiador ou pedir o valor do seu lance de volta”, detalhou.

O empresário Eduardo Rodrigues, do segmento de consórcios, também disse que a maior vantagem é não precisar pagar juros no financiamento. Quanto ao desempenho do setor, ele concorda que houve um crescimento. “Só cresce, até mesmo por conta dos juros dos bancos que só aumentam, com isso a procura pelo consórcio também aumenta”, enfatizou.

Na sua empresa, o público é mais diversificado: homens e mulheres, na faixa etária de 20 a 50 anos, em geral autônomos, investidores e pessoas com score baixo, já que os consórcios não levam em conta essa análise. Antes de aderir, Eduardo dá duas indicações para os consumidores: entender se estão comprando por impulso e garantir que a administradora é regularizada pelo Banco Central, para não perder seu dinheiro.

Consumidora

A supervisora de produção alimentícia Samara Coelho, de 28 anos, foi uma das tantas pessoas que aderiram aos consórcios no Pará. Ela contou que optou pela modalidade por ter um valor mais em conta. “A diferença é enorme, um amigo me explicou a diferença dos dois e me falou sobre o consórcio”, lembrou.

Segundo ela, sua primeira experiência com a ferramenta foi no ano de 2022, em abril, quando ela adquiriu uma motocicleta. Depois, outra em outubro do mesmo ano e, agora, em 2025, está tirando outro modelo.

Samara comentou que o processo de adesão ao consórcio foi simples e foi fácil entender as regras e condições que a levariam ao seu sonho de ter uma motocicleta. Em nenhuma das vezes ela pesquisou muito, mas recebeu a indicação de um amigo e hoje repassa para outros conhecidos. “Valeu muito a pena, indico e indicarei sempre”.

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